Enquanto não retorna à igreja evangélica que frequentava, a Miss Bumbum 2013 experimenta o mundo e segue namorando “o Rafa”
“Vocês não irão me fotografar?! Têm certeza?” Quando soube que protagonizaria uma coluna na VIP, mas que a revista abriria mão de publicar imagens dela, Daiane Macedo se espantou. “Não querem nem mesmo um retrato simples, daqueles que a gente tira com o celular?”, indagou a empresária da moça, Fernanda Thomaz, também incrédula. Dai – “prefiro que me tratem assim, de Dai Macedo” – logo esclareceu a razão da surpresa: “Em geral, os jornalistas ligam somente para a minha aparência. Quase nunca perguntam algo sobre mim. No máximo, se interessam pelo tipo de dieta ou de ginástica que faço. E sempre pedem fotos do meu… Nem preciso dizer, né?” Nascida na periferia de Goiânia em janeiro de 1988, a aquariana acaba de se eleger Miss Bumbum 2013, título que despertou a atenção tanto da mídia nacional quanto da estrangeira. O site do tabloide britânico Daily Mail, por exemplo, arriscou uma rima e proclamou que “Ms Macedo” possui “the rear of the year” (ou o traseiro do ano).
O excêntrico concurso, que chegou à terceira edição, funciona do seguinte modo: os organizadores escolhem as candidatas – uma para cada Estado –, e as concorrentes se põem a angariar votos pela internet. As 15 mais apreciadas participam de um desfile em São Paulo, exibindo-se ora de vestido, ora de biquíni. Um júri in loco aponta a campeã, que embolsa tímidos R$ 5 mil. Quem entra na competição não necessita de corpo perfeito nem de feições à Penélope Cruz. O importante é que ostente um derrière mitológico e 100% natural. Turbinar as nádegas com silicone ou qualquer outro aditivo configura golpe baixo, ainda que as eleve. Curiosamente, até o momento, a finalista que mais atraiu holofotes não faturou o prêmio principal. Chama-se Andressa Urach e conquistou o segundo lugar na disputa de 2012. Meses depois, estampou manchetes pelo mundo afora ao jurar que visitou o quarto de Cristiano Ronaldo e que o craque do Real Madrid a apelidou de “cavalinha”. Talvez por causa da alcunha bucólica, a vice-Miss Bumbum acabou descolando uma vaga em A Fazenda, o reality show da Record, onde travou uma edificante guerra de cuspe com o modelo Mateus Verdelho.
“Agora entendi! Em vez de botar uma foto minha, você irá me descrever, certo? Bacana! Vai aguçar a imaginação do leitor. Internet existe para que, afinal? Os que desejarem mesmo me ver podem vasculhar o Google e pronto. Ah, você gostaria que a descrição partisse primeiro de mim? Numa boa: sou morena de cabelos pretos e lisos, tenho o bumbum grande e a cintura fina.” Reparando bem, lembra a Pocahontas, da Disney. Ou melhor: uma indiazinha com ancas de negra. Magra, alta, bonita, comunicativa e muitíssimo simpática, dispõe realmente de “um senhor forevis”, como definiria o Mussum. São 107 cm de circunferência, medida que ultrapassa as de Valesca Popozuda (106 cm) e Gretchen (103 cm), mas perde para as da Mulher Melancia (115 cm) e do Hulk, o jogador da seleção (111 cm). Dai vive na capital paulista desde maio e não pretende retornar à cidade de origem. “Meu jeito elétrico combina com as metrópoles.” No entanto, não cogita abandonar o sotaque nem as expressões tipicamente goianas, apesar de, às vezes, se meter em confusão. “Semanas atrás, comentei que fulano tinha cara de lerdo. Ele se chateou: ‘Está me xingando de besta?’ Não! Na minha terra, lerdo significa assanhado.”
O percurso da jovem se parece com o de inúmeras brasileiras pobres que almejam o estrelato. Filha de pais separados, Dai completou o ensino médio em colégio público e obteve uma bolsa para estudar administração de empresas, só que abdicou do curso no penúltimo semestre. Preferiu seguir a profissão da mãe, esteticista. Ainda criança, sonhava virar assistente de palco num programa de auditório. Pensava que, assim, ficaria popular, ganharia dinheiro e poderia adquirir os relógios, os óculos de sol e os perfumes que tanto cobiçava. Conseguiu apenas defender uns trocos em bares e supermercados como “a garota jeitosinha que oferecia suco, gelatina, energético ou panetone para os fregueses degustarem”. Até que uma amiga sugeriu inscrevê-la no Miss Bumbum e…
De família evangélica, Dai explica que se desviou temporariamente dos caminhos de Deus com o intuito de “experimentar o mundo”. Cedo ou tarde, porém, acredita que voltará à igreja. “Falam que, primeiro, a gente abraça uma religião por amor e, depois, pela dor.” Enquanto o sofrimento não vem, planeja se tornar apresentadora de televisão e continuar namorando “o Rafa”. O advogado de 31 anos a adicionou há uns seis meses no Facebook e puxou conversa. Rapidamente, o papo se transformou em xaveco. “Vamos nos encontrar? Garanto que você me reconhecerá na hora”, propôs o rapaz. Mandou-lhe, então, um retrato de corpo inteiro, e a goiana descobriu que Rafa é paraplégico. Desde aquele dia, não se largaram mais. (revista VIP)
Publicado
quarta-feira, 1 de janeiro de 2014 às 10:37 pm e categorizado como Reportagens.
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O “forevis” do ano
Enquanto não retorna à igreja evangélica que frequentava, a Miss Bumbum 2013 experimenta o mundo e segue namorando “o Rafa”
“Vocês não irão me fotografar?! Têm certeza?” Quando soube que protagonizaria uma coluna na VIP, mas que a revista abriria mão de publicar imagens dela, Daiane Macedo se espantou. “Não querem nem mesmo um retrato simples, daqueles que a gente tira com o celular?”, indagou a empresária da moça, Fernanda Thomaz, também incrédula. Dai – “prefiro que me tratem assim, de Dai Macedo” – logo esclareceu a razão da surpresa: “Em geral, os jornalistas ligam somente para a minha aparência. Quase nunca perguntam algo sobre mim. No máximo, se interessam pelo tipo de dieta ou de ginástica que faço. E sempre pedem fotos do meu… Nem preciso dizer, né?” Nascida na periferia de Goiânia em janeiro de 1988, a aquariana acaba de se eleger Miss Bumbum 2013, título que despertou a atenção tanto da mídia nacional quanto da estrangeira. O site do tabloide britânico Daily Mail, por exemplo, arriscou uma rima e proclamou que “Ms Macedo” possui “the rear of the year” (ou o traseiro do ano).
O excêntrico concurso, que chegou à terceira edição, funciona do seguinte modo: os organizadores escolhem as candidatas – uma para cada Estado –, e as concorrentes se põem a angariar votos pela internet. As 15 mais apreciadas participam de um desfile em São Paulo, exibindo-se ora de vestido, ora de biquíni. Um júri in loco aponta a campeã, que embolsa tímidos R$ 5 mil. Quem entra na competição não necessita de corpo perfeito nem de feições à Penélope Cruz. O importante é que ostente um derrière mitológico e 100% natural. Turbinar as nádegas com silicone ou qualquer outro aditivo configura golpe baixo, ainda que as eleve. Curiosamente, até o momento, a finalista que mais atraiu holofotes não faturou o prêmio principal. Chama-se Andressa Urach e conquistou o segundo lugar na disputa de 2012. Meses depois, estampou manchetes pelo mundo afora ao jurar que visitou o quarto de Cristiano Ronaldo e que o craque do Real Madrid a apelidou de “cavalinha”. Talvez por causa da alcunha bucólica, a vice-Miss Bumbum acabou descolando uma vaga em A Fazenda, o reality show da Record, onde travou uma edificante guerra de cuspe com o modelo Mateus Verdelho.
“Agora entendi! Em vez de botar uma foto minha, você irá me descrever, certo? Bacana! Vai aguçar a imaginação do leitor. Internet existe para que, afinal? Os que desejarem mesmo me ver podem vasculhar o Google e pronto. Ah, você gostaria que a descrição partisse primeiro de mim? Numa boa: sou morena de cabelos pretos e lisos, tenho o bumbum grande e a cintura fina.” Reparando bem, lembra a Pocahontas, da Disney. Ou melhor: uma indiazinha com ancas de negra. Magra, alta, bonita, comunicativa e muitíssimo simpática, dispõe realmente de “um senhor forevis”, como definiria o Mussum. São 107 cm de circunferência, medida que ultrapassa as de Valesca Popozuda (106 cm) e Gretchen (103 cm), mas perde para as da Mulher Melancia (115 cm) e do Hulk, o jogador da seleção (111 cm). Dai vive na capital paulista desde maio e não pretende retornar à cidade de origem. “Meu jeito elétrico combina com as metrópoles.” No entanto, não cogita abandonar o sotaque nem as expressões tipicamente goianas, apesar de, às vezes, se meter em confusão. “Semanas atrás, comentei que fulano tinha cara de lerdo. Ele se chateou: ‘Está me xingando de besta?’ Não! Na minha terra, lerdo significa assanhado.”
O percurso da jovem se parece com o de inúmeras brasileiras pobres que almejam o estrelato. Filha de pais separados, Dai completou o ensino médio em colégio público e obteve uma bolsa para estudar administração de empresas, só que abdicou do curso no penúltimo semestre. Preferiu seguir a profissão da mãe, esteticista. Ainda criança, sonhava virar assistente de palco num programa de auditório. Pensava que, assim, ficaria popular, ganharia dinheiro e poderia adquirir os relógios, os óculos de sol e os perfumes que tanto cobiçava. Conseguiu apenas defender uns trocos em bares e supermercados como “a garota jeitosinha que oferecia suco, gelatina, energético ou panetone para os fregueses degustarem”. Até que uma amiga sugeriu inscrevê-la no Miss Bumbum e…
De família evangélica, Dai explica que se desviou temporariamente dos caminhos de Deus com o intuito de “experimentar o mundo”. Cedo ou tarde, porém, acredita que voltará à igreja. “Falam que, primeiro, a gente abraça uma religião por amor e, depois, pela dor.” Enquanto o sofrimento não vem, planeja se tornar apresentadora de televisão e continuar namorando “o Rafa”. O advogado de 31 anos a adicionou há uns seis meses no Facebook e puxou conversa. Rapidamente, o papo se transformou em xaveco. “Vamos nos encontrar? Garanto que você me reconhecerá na hora”, propôs o rapaz. Mandou-lhe, então, um retrato de corpo inteiro, e a goiana descobriu que Rafa é paraplégico. Desde aquele dia, não se largaram mais.
(revista VIP)
Publicado quarta-feira, 1 de janeiro de 2014 às 10:37 pm e categorizado como Reportagens. Você pode deixar um comentário, ou fazer um trackback a partir do seu site.