“O insuportável não é só a dor, mas a falta de sentido da dor, mais ainda, a dor da falta de sentido.”
Do filósofo Oswaldo Giacóia Jr.
“O insuportável não é só a dor, mas a falta de sentido da dor, mais ainda, a dor da falta de sentido.”
Do filósofo Oswaldo Giacóia Jr.
Ele: Finalmente. Custou tanto esperar por este momento.
Ela: Quer que eu vá embora?
Ele: Não! Nem fale uma coisa dessas.
Ela: Me ama?
Ele: Claro! Muito e muito!
Ela: Alguma vez me traiu?
Ele: Não! Por que ainda pergunta?
Ela: Vai me beijar?
Ele: Sempre que possível!
Ela: Vai me decepcionar?
Ele: Tá doida?! Não sou desse tipo!
Ela: Posso confiar em você?
Ele: Sim.
Ela: Querido!
(Leia de cima para baixo e veja o que ele diz. Leia de baixo para cima e descubra o que ele realmente pensa.)
A partir de um texto da revista VIP (edição de abril)
“A Brigitte Bardot está ficando velha,
envelheceu antes dos nossos sonhos.
Coitada da Brigitte Bardot,
que era uma moça bonita,
mas ela mesma não podia ser um sonho
para nunca envelhecer.
A Brigitte Bardot está se desmanchando
e os nossos sonhos querem pedir divórcio.
Pelo mundo inteiro
milhões e milhões de sonhos
querem também pedir divórcio,
e a Brigitte Bardot agora
está ficando triste e sozinha.
Será que algum rapaz de 20 anos
vai telefonar
na hora exata em que ela estiver
com vontade de se suicidar?”
Trecho da canção Brigitte Bardot, de Tom Zé
“A aranha do meu destino
Faz teias de eu não pensar.
Não soube o que era em menino,
Sou adulto sem o achar.”
Trecho de A Aranha, poema de Fernando Pessoa
“Uma galinha põe um ovo de meio quilo. Jornais, televisão, repórteres… Todos atrás da galinha.
– Como conseguiu essa façanha, dona Galinha?
– Segredo de família… – ela responde.
– E os planos para o futuro?
– Botar um ovo de 1 quilo!
As atenções se voltam para o galo.
– Como conseguiu tal façanha, seu Galo?
– Segredo de família… – ele responde.
– E os planos para o futuro?
– Partir a cara do avestruz!”
Da revista VIP (edição de abril)
“Cuidado, ele está solto por aí. É o homem-projeto, um onipresente. Está em todos os salões, lançamentos, vernissages, guichês de isenção fiscal, concursos da Petrobras, festas, restaurantes da moda, bares descolados, na praça Benedito Calixto (SP), na feira chique de produtos orgânicos do Leblon, no Baixo Gávea, em Porto Alegre, no Recife, Dragão do Mar em Fortaleza, Salvador… Com o aumento do contingente no exército de reserva, nem se fala, o homem-projeto começou a se multiplicar como gremlins. Uma praga.
‘Por falar nisso eu tenho um projeto…’
‘Acabei de inscrever um projeto…’
‘Estou preparando um projeto…’
‘Estou captando para um projeto…’
‘Copiaram o meu projeto…’
‘Puta projeto…’
O macho e a fêmea-projeto alimentam a paranoia delirante do plágio dos seus projetos. Alguém na sombra estará sempre copiando as suas ideias. Originalíssimas, diga-se. Fazem um mistério danado dos seus projetos. Quando contam, tudo não passa de algo tão novo quanto uma missa do galo, tão inédito quanto ‘no princípio era o verbo’.
Se tem algo que não se rouba em um país de obras inacabadas é projeto. Se há mais projetos que larápios, que sentido faz o rapto?”
Trecho de O Homem-Projeto, a Obra Aberta e o Macho Inacabado, crônica de Xico Sá
(o título do post é um trecho da canção Fora da Ordem, de Caetano Veloso)
“Há tantos diálogos
Diálogo com o ser amado
o semelhante
o diferente
o indiferente
o oposto
o adversário
o surdo-mudo
o possesso
o irracional
o vegetal
o mineral
o inominado
Diálogo consigo mesmo
com a noite
os astros
os mortos
as idéias
o sonho
o passado
o mais que futuro
Escolhe teu diálogo
e
tua melhor palavra
ou
teu melhor silêncio
Mesmo no silêncio e com o silêncio
dialogamos.”
O Constante Diálogo, poema de Carlos Drummond de Andrade
Dica de Georgia Barcellos
“Às vezes, quando vou ao centro da cidade
Evito, mas entro no mesmo bar que você
Nem imagino por quê
Se eu nem queria beber”
Trecho da canção Às Vezes, com Tulipa Ruiz
“Este poema
não chama a atenção
é igual a milhares
_ sequer por um momento
ilustra, apático, o passado
caça moscas
paga juros
(…)
víboras, ratos,
ladrões desprezam seu túmulo
uivam lobos de pelúcia
não tem futuro
(…)
não cria inimigos
não morre depois do ataque
não tem farpas
tolera o mundo”
Trecho de Este Poema, de Regis Bonvicino
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