A pandemia e a saúde mental nas favelas
Ela se chama Preta. Tem os cabelos bem crespos, olhos arregalados e lábios tão vermelhos que parecem sangrar. Usa bermuda com desenhos psicodélicos, camisa de mangas curtas e uma gravata-borboleta azul, que lhe confere um ar mais burlesco do que solene. É uma boneca de pano e a principal companhia de Diene Carvalho Silva desde que o novo coronavírus pôs o Brasil em distanciamento social. Na segunda quinzena de março, a fotógrafa e produtora cultural de 32 anos decidiu atender os conselhos das autoridades sanitárias e se isolou. Por sofrer de asma e de “tudo com ite” (“sinusite, rinite…”), temia não resistir caso pegasse a Covid-19. Como acabara de entregar o imóvel onde morava de aluguel, pediu guarida para um conhecido.
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