“O Enem colocou um texto da filósofa Simone de Beauvoir, de 1949: ‘Ninguém nasce mulher: torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam o feminino’. O texto não é uma novidade ou uma controvérsia. É um texto histórico, que relembra o óbvio: a construção do feminino é um processo dado pela civilização. Houve grita na internet. Vários falam hoje de uma onda conservadora; mas vejo uma onda de estupidez apenas. Quem reclamou não leu, não inseriu no contexto, não aprofundou. Não é apenas conservadorismo: é burrice declarada. Dá para debater com gente conservadora, pois vários conservadores do passado eram brilhantes: Burke, Tocqueville etc. Mas não dá para discutir com gente tapada e que se orgulha da estupidez. Com esse grau de atualização filosófica, em breve essa malta vai gritar contra Newton na prova…”