“Hoje, se tudo correr bem, eu me fodo.”
“Hoje, se tudo correr bem, eu me fodo.”
Olho gordo é um tipo de gordura localizada?
“O que é, afinal, Brasília? Que terras misteriosas são essas onde tudo parece vir do exterior? Ou que, reformulando, parece não ter existência própria senão como lugar vazio?”
RITUAL DA LAVANDERIA
Separar roupas – Hoje
Lavar – Amanhã
Dobrar – Quando der
Passar – Hahaha
“Só pra você saber
Eu esqueci você
Um mês depois de você me esquecer de vez
E decidir ficar sozinho
Só pra você saber
Eu esqueci você
E se o meu olhar cruzar com o seu
É só porque você tá no caminho”
– Vamos à chamada: Lucas?
– Presente!
– Matheus?
– Presente!
– João?
– Presente!
– Jesus?
– Onipresente!
“pra que
brigar
que bode!
se a gente
pode
se ligar
dar play
no sound
brincar
no playground
e brilhar
no underground
night and day
até o último
round?”
“O que é ‘privilégio’? E como ele se reproduz? Em todas as sociedades modernas, como a brasileira, os privilégios que asseguram acesso diferencial aos bens ou recursos que todos desejamos, sejam materiais, como carro e casa, sejam imateriais, como o prestígio e o charme que asseguram a conquista de um parceiro erótico, são explicados a partir da apropriação diferencial de certos ‘capitais’ – que vão pré-decidir toda a competição social por todos os bens escassos, materiais e imateriais, que todos desejamos as 24 horas do dia. Esses ‘capitais impessoais’, antes de tudo o capital econômico e o capital cultural, são, portanto, o fundamento opaco e nunca assumido de toda a dominação social injusta. A regra básica da cegueira na qual todos vivemos é que percebemos o ‘capital econômico’, mas nunca percebemos o ‘capital cultural’. É que o ‘capital cultural’ não são apenas os títulos escolares de prestígio que garantem à classe média seus empregos bem pagos e reconhecidos. Capital cultural é também e principalmente toda a herança imaterial e invisível, tanto emocional quanto cognitiva e moral, que recebemos desde tenra idade, sem esforço, no convívio familiar, como a habilidade para o pensamento abstrato, o estímulo à concentração – que falta às classes populares e a condenam ao fracasso escolar -, a capacidade de perceber o futuro como mais importante que o presente etc. Isso tudo somado constrói o indivíduo das classes alta e média como ‘vencedor’ na escola e depois no mercado de trabalho, não por seu ‘mérito individual’, como os indivíduos dessas classes gostam de pensar, mas por uma ‘vantagem de sangue’, familiar e de classe, como em qualquer outra sociedade tradicional do passado.
Como a herança do capital cultural, enquanto pressuposto emocional, cognitivo e moral de todo privilégio, é invisível e opaca à consciência cotidiana, a falácia do ‘milagre’ do mérito individual pode campear à vontade. Esse falso milagre é o fundamento que legitima todo tipo de apropriação injusta de privilégios permanentes, condenando os indivíduos que tiveram o azar de nascer na família e na classe errada à miséria e à humilhação, como se alguém pudesse ‘escolher’ ser pobre e desprezado. A dominação social moderna é produzida por um engodo, uma fraude, uma mentira compartilhada por todos os privilegiados. Isso acontece exatamente do mesmo modo nas sociedades que admiramos e imitamos, como França, Alemanha ou Estados Unidos. Mas o que há de especificamente perverso nas classes dominantes brasileiras que não existe nessas outras sociedades? É que no Brasil as classes média e alta não apenas repetem a distorção da realidade que permite perceber o privilégio herdado como se tivesse nascido do próprio esforço, mas também ‘tiram onda’ de que são generosas e críticas. Essa é uma fraude que um republicano americano típico jamais faria.”
Entendi mal ou o semáforo de pedestres acaba de dizer que o Incrível Hulk pode atravessar?
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