Arquivo de dezembro de 2015

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

O que será que será, que não tem vergonha nem nunca terá, que não tem juízo?

“Entre os homens do grupo que hostilizou Chico Buarque no Leblon, estavam o rapper Túlio Dek, ex-namorado da atriz Cleo Pires, e Alvaro Garnero Filho, o Alvarinho, filho do empresário Alvaro Garnero. O pai confirmou a presença do filho no episódio, assim como a do rapper, e disse que teve de explicar a Alvarinho quem é Chico.”

Da Folha de S.Paulo

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Ainda o pelourinho

Enquanto soubermos como se tratam os pretos por aqui e mesmo assim continuarmos proclamando – com palavras, gestos ou omissões – que os tratamos feito brancos, ninguém há de ser cidadão?
https://www.facebook.com/sigajandira2/videos/1096015293766465/

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Até quando do desejo se erguerá a clava forte?

“Quinze anos eu passara, os primeiros da vida
Sem ter sabido nunca o que era esse furor
Em que a dança do cu deixa na alma um torpor
Após a ânsia viril na cona ser remida
Não que a morte tão doce, tão apetecida
Não me impelisse um forte e juvenil ardor
Mas o membro que eu tinha, embora lutador
Não chegava a deixar a dama bem servida
Trabalho desde então com pertinácia rara
Por compensar a perda e o tempo que não para
Pois o sol no poente ameaça os meus dias
Oh, Deus, venho rogar-te, meu zelo ajudai
Para tão doce agir meus anos alongai
Ou devolvei-me o tempo em que ainda eu não fodia”

Soneto Erótico, de Zeca Baleiro
Musicado e interpretado pelo próprio Zeca 

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Cabe mesmo?

Cabimento

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Pseudomasoquismo

Ela pediu: promete que me dá uma cama de gato? Logo me lembrei daquela perversa brincadeira infantil: Zezinho fica de quatro atrás de Joãozinho enquanto Pedrinho, de frente para Joãozinho, o empurra e faz com que tropece pateticamente no outro. Como assim? Por que você quer uma cama de gato? Ela sorriu maliciosamente e disse: porque deve ser uma delícia. Delícia? De onde você tirou essa ideia? Da internet, ué! Olhe só:
Cama gato

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

E se, em vez de pedra, houver uma árvore no meio do caminho?

Árvore e prédio

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Cunha, o ubíquo

Já sabemos que Eduardo Cunha não é propriamente um deputado federal. O sujeito está mais para polvo, com tentáculos que se espalham por todo lado. Trabalhou como auditor e corretor de seguros, integrou a tropa de choque que assessorava Fernando Collor, dirigiu a Telerj – antiga companhia fluminense de telecomunicações –, preside a Câmara, esconde dinheiro na Suíça, conspira, faz chantagens, manipula CPIs e, evangélico, ainda dissemina lições de Cristo pelas redes sociais (ou o que entende por lições de Cristo). Não bastasse, agora descobrimos que o homem também lida com táxis. Segundo o jornal carioca O Dia, o jardim da casa onde o parlamentar mora, na Barra da Tijuca, abriga um carro de praça. O Touareg modelo 2014, de Nilópolis, exibe a placa LSM 1530. Por uma dessas coincidências que só a metafísica explica, o número é o mesmo que o político usou em campanhas recentes. O automóvel costumava transportar o então candidato durante o périplo eleitoral.
Táxi do Cunha
Vote Cunha 1530. Um tal de Altair Alves Pinto provavelmente votou. O táxi se encontra em nome do cara, que já prestou serviços no gabinete do deputado estadual Fábio Silva, peixinho de Cunha. Salário bruto do Altair? Quase R$ 10 mil, pagos pela Assembleia Legislativa do Rio. Em depoimento à Lava Jato, o doleiro e delator Fernando Baiano afirmou que repassou propinas milionárias para o dono do Touareg. A grana teria o presidente da Câmara como destinatário final.
Pelo andar da carruagem, às vezes me pergunto se o Cunha não está por trás de cada suborno que os brasileiros praticam, incluindo os mais chinfrins. O policial ganha “um cafezinho” para aliviar a infração de trânsito. O garçom recebe um agrado do freguês cinco estrelas para lhe garantir a melhor mesa. Será que o Cunha não leva 10% nessas transações?

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Não mais, mas ainda

“Quanto de mim pode ser eliminado antes que eu deixe de ser eu?”

Extraído de um quadrinho de Laerte
O título do post remete a uma exposição da artista Ana Teixeira

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Chegará o dia em que os eletrodomésticos irão nos domesticar?

“Imagine a situação. Você vai ao banheiro. Com pressa, sai sem lavar as mãos. Ao tentar abrir a porta, nota que ela se trancou automaticamente, e um alarme soa. Só então você entende: ou lava as mãos, pressionando a alavanca na saboneteira, ou a porta não se abrirá. Parece ficção, mas produtos assim já existem. O Safegard Germ Alarm é uma saboneteira que faz exatamente isso. Aciona um comando digital se percebe que você está deixando o banheiro sem lavar as mãos. Esse comando pode ser usado para qualquer coisa, como tocar um alarme ou trancar a porta.
Essa é uma das facetas menos visíveis da chamada ‘internet das coisas’: seu uso para controle social. Agora, objetos comuns irão se conectar à rede. Geladeiras, ventiladores, ferros de passar, fechaduras, carros, cadeiras e até nossas camas ficarão cheios de sensores observando nosso comportamento. Poderão agir automaticamente, tomando decisões. A geladeira avisará ao supermercado que o leite acabou. A cama contará ao plano de saúde que você está dormindo pouco.
Essa tecnologia não é neutra. Traz visões políticas embutidas. (…) Coloca sobre o indivíduo todo o peso e responsabilidade por suas ‘falhas’. Isso nos leva a ignorar as causas mais profundas para várias dessas questões, como pobreza, doenças ou ignorância. Nas palavras do escritor Eugeny Morozov: ‘A política deixa de ser uma aventura comum para se tornar um espetáculo individualista destinado ao consumidor, no qual confiamos aos aplicativos a busca de soluções sociais’.”

Trecho de O lado negro da internet das coisas, artigo de Ronaldo Lemos

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

A comédia dos erros

“Era a primeira vez do tio Abraão no Rio de Janeiro. No aeroporto de Santa Catarina, os parentes o alertaram:
— Os taxistas lá são folgados. Seja firme. Fale grosso. Mostre quem está no comando.
Tio Abraão era enorme, usava barba comprida, camisa aberta até o umbigo. Não acreditava que corresse perigo. Por via das dúvidas, quando chegou a hora, abriu a porta do carro, sentou atrás do motorista, puxou a porta com força e ordenou:
— Toca pro Flamengo!
O motorista respondeu um ‘sim, senhor’ que deixou tio Abraão satisfeito, mas também com remorso – talvez tivesse exagerado. Só algumas quadras adiante percebeu que o motorista estava tremendo e, ao menos no painel, não havia taxímetro. O motorista agora estava quase chorando. Tio Abraão fez a pergunta absurda:
— Isso não é um táxi?
Ao que o outro respondeu:
— Isso não é um assalto?”

Perigo, crônica de Fabrício Corsaletti
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