– Quem mais concentra renda em Gothan City?
– Bruce Wayne.
– E quem combate o crime na cidade?
– Batman.
– E o Batman quem é?
– Bruce Wayne.
– Então deixa ver se entendi: não satisfeito em gerar milhares de excluídos, o playboy ainda sai à noite para meter porrada neles?
“Um escritor português amigo meu foi quem falou: Portugal tem o Saramago, Chile o Pablo Neruda, Argentina o Borges, Colômbia o Márquez. O Brasil tem a televisão. Isso quando não tem Paulo Coelho. Não. Diz meu amigo: não falo de autoajuda. Falo do romance-exportação. Novel em inglês é romance. Novela em espanhol idem. Já novela, aqui, é a que passa em horário nobre. O pobre fez da TV o seu livro de cabeceira. Diz meu amigo português: sabe por que a internet é tão acessada no Brasil? O Face, o Twitter, não sabe? Porque o brasileiro, no fundo, gosta é de ver TV. Daí o sucesso dos iphones, não se engane. O tempo inteiro estamos ‘assistindo’ a algo. Somos mais telespectadores que leitores. Damos audiência muito mais do que atenção. Não fomos treinados para a concentração. Brasileiro adora o conteúdo pronto. Em movimento. Desistimos há tempo da literatura complicada. Machado de Assis que nada! Dizemos que não temos tempo para abrir uma página. Mas abrimos linques como quem muda de canal. Segundo o meu amigo: por causa dessa cultura televisiva, estamos sendo os primeiros a levarem a sério os e-books, os livros animados, os tablets cheios de efeitos especiais. Eta danado! O Brasil sempre esteve na frente, entende, meu caro? Vocês largaram os livros porque já sabiam o fim deles. A extinção. Alienados, não. Defende o português: antenados é o que vocês são.”
Foi por despeito que a morte os matou? Ela, afinal, nunca teve a menor graça.
– Como o senhor definiria o casamento?
– Como a capacidade de se manter infiel à mesma pessoa durante a vida inteira.
“Enterrem meu corpo em qualquer lugar.
Que não seja, porém, um cemitério.
De preferência, mata;
Na Gávea, na Tijuca, em Jacarepaguá.
Na tumba, em letras fundas,
Que o tempo não destrua,
Meu nome gravado claramente.
De modo que, um dia,
Um casal desgarrado
Em busca de sossego
Ou de saciedade solitária,
Me descubra entre folhas,
Detritos vegetais,
Cheiros de bichos mortos
(Como eu).
E, como uma longa árvore desgalhada
Levantou um pouco a laje do meu túmulo
Com a raiz poderosa,
Haja a vaga impressão
De que não estou na morada.
Não sairei, prometo.
Estarei fenecendo normalmente
Em meu canteiro final.
E o casal repetirá meu nome,
Sem saber quem eu fui,
E se irá embora,
Preso à angústia infinita
Do ser e do não ser.
Sol e chuva ocasionais,
Estes sim, imortais.
Até que um dia, de mim caia a semente
De onde há de brotar a flor
Que eu peço que se chame
Papáverum Millôr”
“Depois de bem ajustado o preço, a gente deve sempre trabalhar por amor à arte.”
“Existe felicidade mais perfeita do que a intensa infelicidade passada?”
O que os olhos não veem o coração pressente?
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