“De todos os escritores húngaros que eu conhecia, Desidério Kosztolányi era o único que se aventurara a abordar o estudo do português. Certa vez falou-me nesta língua, que lhe parecia alegre e doce como um idioma de passarinhos. A mim, sob seu aspecto escrito, dava-me antes a impressão de um latim falado por crianças ou velhos, de qualquer maneira gente que não tivesse dentes. Se os tivesse, como haveria perdido tantas consoantes? E olhava espantado para palavras como lua, dor, pessoa, veia, procurando apanhar o que nelas restava das palavras latinas, cheias e sonoras.”
Trecho de Como Aprendi o Português e Outras Aventuras, livro memorialístico do tradutor húngaro Paulo Rónai
Publicado
sexta-feira, 24 de maio de 2013 às 5:03 pm e categorizado como Blog.
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Nós, lusófonos e banguelas
“De todos os escritores húngaros que eu conhecia, Desidério Kosztolányi era o único que se aventurara a abordar o estudo do português. Certa vez falou-me nesta língua, que lhe parecia alegre e doce como um idioma de passarinhos. A mim, sob seu aspecto escrito, dava-me antes a impressão de um latim falado por crianças ou velhos, de qualquer maneira gente que não tivesse dentes. Se os tivesse, como haveria perdido tantas consoantes? E olhava espantado para palavras como lua, dor, pessoa, veia, procurando apanhar o que nelas restava das palavras latinas, cheias e sonoras.”
Trecho de Como Aprendi o Português e Outras Aventuras, livro memorialístico do tradutor húngaro Paulo Rónai
Publicado sexta-feira, 24 de maio de 2013 às 5:03 pm e categorizado como Blog. Você pode deixar um comentário, ou fazer um trackback a partir do seu site.