O pop tem sempre a última palavra?

“Daniel Helbig estava com 17 anos quando o Muro de Berlim caiu. E, embora não nutrisse nenhuma afeição pelo socialismo, achava sua vida ótima. Tão ótima que até agora está vivendo às custas desse passado que, defende, tinha muito mais cores e nuances do que o ‘outro lado’ vê.
‘Não há nenhuma política aqui’, diz de pronto, entre retratos do líder alemão oriental Erich Honecker (1971-89) e telefones com discos. ‘Queremos mostrar aos turistas que tínhamos cores e design na Alemanha Oriental. Todo mundo diz que tudo era cinza.’ Helbig, que atribui a uma bebedeira a ideia de recriar em technicolor o ambiente da RDA (República Democrática Alemã), é uma das frentes mais visíveis e lucrativas de um fenômeno que ganhou terreno nos últimos cinco anos, a ‘Ostalgia’ (mistura de ‘Ost’, leste, com nostalgia). Na versão ‘turística’, ela atulha as ruas de Berlim de referências que vão de lojas que estampam passaportes com um carimbo ‘DDR’ (sigla em alemão da RDA) a um Checkpoint Charlie (posto de controle do muro) falso.”

Trecho da reportagem Nostalgia do Leste vira indústria em Berlim, publicada na Folha de S.Paulo

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