Até quando do desejo se erguerá a clava forte?

“Quinze anos eu passara, os primeiros da vida
Sem ter sabido nunca o que era esse furor
Em que a dança do cu deixa na alma um torpor
Após a ânsia viril na cona ser remida
Não que a morte tão doce, tão apetecida
Não me impelisse um forte e juvenil ardor
Mas o membro que eu tinha, embora lutador
Não chegava a deixar a dama bem servida
Trabalho desde então com pertinácia rara
Por compensar a perda e o tempo que não para
Pois o sol no poente ameaça os meus dias
Oh, Deus, venho rogar-te, meu zelo ajudai
Para tão doce agir meus anos alongai
Ou devolvei-me o tempo em que ainda eu não fodia”

Soneto Erótico, de Zeca Baleiro
Musicado e interpretado pelo próprio Zeca 

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