Mudança de sexo

Juliete, a gata persa de uma amiga, lhe surgiu em sonho, verborrágica, e colocou abaixo a ordem que parecia reinar no pequeno apartamento onde moram, demonstrando que, de fato, toda harmonia está sempre por um fio. “Como você nunca percebeu?”, indagou o animalzinho. “Eu sou menino! Não aguento mais ouvir você me chamar de Juliete!” Ana, minha amiga, ganhou o bichano ainda filhote, castrado e já com nome. Em nenhum instante, lhe ocorreu checar os “documentos” do pet _mesmo porque os genitais dos gatos não costumam ser tão evidentes quanto os dos cachorros. Às vezes, dá trabalho descobrir que apito toca o felino.
Mal pulou da cama, Ana procurou um veterinário e lhe solicitou que examinasse detalhadamente a agora duvidosa criatura. “Xiii… É menino, sim!”, concluiu o médico. Espantadíssima, minha amiga pediu um milhão de desculpas à ex-Juliete e tratou logo de lhe arranjar nova identidade. Pensou, primeiro, em rebatizar o gato de Julião. Mas depois julgou o aumentativo muito truculento para um macho que passara tantos anos sob o disfarce involuntário de fêmea. Acabou optando por um nome mais divertido e providencialmente unissex: Jujuba.

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