De onde se origina a artilharia pesada que marca a corrida presidencial?

“Por toda parte espanto, ou simulação, e críticas ao que chamam de ataques e ondas de ódio. Como se isso brotasse do nada e não seja conhecido já há 2 séculos como…luta de classes! Não é demais recordar história e relações entre poderosos e vassalos no Brasil. Em 1500, o Brasil tinha estimados 5 milhões de índios. Hoje tem 890 mil. Em 350 anos, 4/5 da história, 4 milhões de humanos aqui viveram como escravos. Moldou-se assim a cultura da Casa Grande e da Senzala. Do Senhor e do servo. (…) Como espantar-se, então, com o ódio na linguagem num país de 50 mil homicídios/ano? País que assistiu ao assassinato de 1 milhão e 300 mil pessoas nos últimos 33 anos. A enorme maioria dos assassinados, jovens pobres, tantas vezes negros. Como não supor que, ao longo de séculos, se acumulariam recalques e ressentimentos de quem pouco ou nada tem? Estranho não é que, em seus fortins ou comunidades, as classes lutem, movidas por seus interesses ou purgando frustrações. Incomum, na história do mundo, não é quem está abaixo na escala social ressentir-se, invejar quem está acima. Incomum, e estranho, é os que tudo ou muito possuem temerem, até mesmo odiarem, os que nas duas últimas décadas subiram alguns degraus desde a miséria. Quem vencer no domingo encontrará o Brasil dividido, dividido por sua secular história de desigualdade.”
Trecho de Oh, que espanto! O Brasil tem ódio e luta de classes, artigo de Bob Fernandes

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