“‘Vem por aqui!’ – dizem-me alguns com olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: ‘vem por aqui!’
Eu olho-os com olhos lassos
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços
E nunca vou por ali…
A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém
Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos…
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: ‘vem por aqui!’?”
Trecho do poema Cântigo Negro, de José Régio Recitado pelo autor
Publicado
terça-feira, 12 de agosto de 2014 às 12:08 am e categorizado como Blog.
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Peixe sem cardume
“‘Vem por aqui!’ – dizem-me alguns com olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: ‘vem por aqui!’
Eu olho-os com olhos lassos
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços
E nunca vou por ali…
A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém
Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos…
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: ‘vem por aqui!’?”
Trecho do poema Cântigo Negro, de José Régio
Recitado pelo autor
Publicado terça-feira, 12 de agosto de 2014 às 12:08 am e categorizado como Blog. Você pode deixar um comentário, ou fazer um trackback a partir do seu site.