Compaixão relativa

Xuxa estava na Câmara Federal na última quarta-feira, em apoio ao projeto de lei que criminaliza a palmada. O pastor Francisco Eurico da Silva, deputado federal pelo PSB-PE e membro da Assembléia de Deus, era contra e foi para o confronto. Disse que a presença de Xuxa ali era ‘um desrespeito às famílias do Brasil’. Segundo ele, em 1982, a então ‘Rainha dos Baixinhos’ protagonizou ‘a maior violência contra as crianças’. Referia-se à cena do filme adulto Amor Estranho Amor, daquele ano, em que Xuxa aparece em uma cena de sexo com um adolescente de 12 anos.
Curioso argumento esse. As várias denominações neopentecostais adoram falar das conversões que promovem. Por isso há tantos ‘ex-‘ em seus quadros de fiéis e pastores. Ex-traficante, ex-prostituta, ex-ladrão, ex-garota de capa de revista pornográfica, ex-viciado, ex-ex, ex-tudo. Assim é que Mara Maravilha, o cantor Belo, Baby Consuelo, Tiazinha, Joana Prado (Feiticeira), entre outros milhares, engrossam as fileiras dos que mudaram de vida depois de serem ‘tocados’ pelo poder do Espírito Santo. Perguntar não ofende: se Xuxa tivesse se tornado evangélica, o pastor a trataria com mais respeito?”
Trecho de Xuxa foi à luta, artigo de Laura Capriglione

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