“A que mais durou
foram 6 anos.
Viajava todo fim de semana
para vê-la.
Sempre de noite
90% das vezes na chuva
cortando frio de 3 graus
desviando de animais mortos
carretas capotadas
outras motos pegando fogo
enfrentando policiais corruptos
socorrendo vítimas de acidentes
(até um bebê já ajudei a parir)
380 km pra ir,
380 km pra voltar.
Por 5 anos.
Viajei 201.400 km para vê-la.
Outras duraram
alguns meses,
a maioria
algumas semanas.
A última durou
uma noite.
Mas todas estão melhores
sem mim.
O mérito é todo meu.
Porque depois de sobreviverem a mim
todas arrumaram empregos melhores,
boas noites de sono,
alimentação mais saudável,
estão felizes com seus novos amantes.
Eu dei a elas
novos empregos,
novas noites de sono,
nova alimentação,
novos horizontes,
novos paus,
paz.
Sem mim elas não
teriam nada disso.
Mas a soberba
não é meu pecado.
Em vez disso, eu fico
deitado sozinho no meu quarto
de paredes pintadas de preto
pensando: ‘Puta que pariu, de novo!'”
Legado, poema de Jão Moonshine
Publicado
sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014 às 2:53 pm e categorizado como Blog.
Você pode deixar um comentário, ou fazer um trackback a partir do seu site.
Casei-me com a repetição?
“A que mais durou
foram 6 anos.
Viajava todo fim de semana
para vê-la.
Sempre de noite
90% das vezes na chuva
cortando frio de 3 graus
desviando de animais mortos
carretas capotadas
outras motos pegando fogo
enfrentando policiais corruptos
socorrendo vítimas de acidentes
(até um bebê já ajudei a parir)
380 km pra ir,
380 km pra voltar.
Por 5 anos.
Viajei 201.400 km para vê-la.
Outras duraram
alguns meses,
a maioria
algumas semanas.
A última durou
uma noite.
Mas todas estão melhores
sem mim.
O mérito é todo meu.
Porque depois de sobreviverem a mim
todas arrumaram empregos melhores,
boas noites de sono,
alimentação mais saudável,
estão felizes com seus novos amantes.
Eu dei a elas
novos empregos,
novas noites de sono,
nova alimentação,
novos horizontes,
novos paus,
paz.
Sem mim elas não
teriam nada disso.
Mas a soberba
não é meu pecado.
Em vez disso, eu fico
deitado sozinho no meu quarto
de paredes pintadas de preto
pensando: ‘Puta que pariu, de novo!'”
Legado, poema de Jão Moonshine
Publicado sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014 às 2:53 pm e categorizado como Blog. Você pode deixar um comentário, ou fazer um trackback a partir do seu site.