O seguro morreu de triste?

“Quem quer, faz. Quem não quer, manda. Rosinha, a caseira, fazia tudo sem esperar ser mandada. Queria e fazia de tudo. Matilde, a senhoria, poderia até estar satisfeita com a caseira, não fosse ter uma cria por ali sempre a meter o bedelho e depois a caseira enfiar o velho Rodrigues em casa e andar sempre a suspirar por ele. A Matilde dizia-lhe para ir suspirar por alguma coisa de valor, como um pouco de dinheiro no banco ou um par de aulas para a filha, mas a outra estava aflita com os amores e não era por viver encantada com um homem tão mais velho que o encanto diminuía. As pessoas eram assim mesmo, feitas de imprudências. Olhe, dizia a Rosinha, quem sabe se a imprudência é a felicidade.”

Trecho de O Filho de Mil Homens, romance de Valter Hugo Mãe 

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