Que espécie de fio sustenta a vida que está por um fio?
“Minha mãe definha, definha
e continua viva.
Seu coração forte a impulsiona
com a imprudência de um motor
uma noite após a outra.
Todos dizem Isto não pode continuar,
mas continua.
É como observar alguém se afogando.
Se ela fosse um barco, diríamos
que a lua brilha através de suas costelas
e ninguém maneja o leme,
mas não se pode dizer que esteja à deriva;
há alguém ali.
Seus olhos cegos iluminam-lhe o caminho.
Lá fora, em seu jardim abandonado,
o mato cresce de modo quase audível:
erva-moura, vara-de-ouro, cardo.
Todas as vezes que os arranco
uma nova onda começa a brotar,
subindo rumo à sua janela.
Demolem a parede de tijolos lentamente,
ocultam bordas e caminho,
borrando seus contornos.
Sua antiga ordem de palavras
desaba sobre si mesma.
Hoje, após semanas de silêncio,
ela compôs uma frase:
Acho que não.
Seguro sua mão, sussurro,
Olá, olá.
Se eu dissesse Adeus em vez disso,
se eu dissesse, Entregue-se,
o que ela faria?
Mas não posso dizê-lo.
Prometi que iria até o fim,
o que quer que isso signifique.
O que posso dizer a ela?
Estou aqui.
Estou aqui.”
Amour. Amour. Amour.
Do lado de fora do nevoeiro pré-morte. imagino, não se consegue saber o que se passa ali, quando oq eu acontece está além do que seria possível chamar de vida. Quando o que acontece simplesmente é. E não se pode mais comparar com nada que já tenha sido.
Anestesia, anestesia…
A espera é mais longa e muito mais incômoda para que está do lado de cá. Imagino.
Deliro.
Só podem ser emórias de ausências, desmaios, estados de coma.
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