– O que aconteceu entre o jornal O Estado de S.Paulo e a colunista Maria Rita Kehl?
– O projeto original do caderno C2 + Música é de ter ali, aos sábados, um espaço em torno da psicanálise. Um divã para os leitores. Mas esse não era o enfoque que ela vinha praticando e frequentemente conversávamos sobre isso.
– Com você?
– Não comigo diretamente, mas com a editora do caderno. Assim iniciou-se com a autora uma discussão em torno de novos rumos para a coluna. Inclusive com o contrapropor da colunista.
– Quando começou essa conversa?
– Essa última conversa começou na terça-feira, pela manhã. Ela chegou a contrapropor alguma coisa, tinha um diálogo rolando… Horas depois, houve um vazamento na internet que precipitou a decisão…
– Mas vocês atribuem isso a ela?
– Eu não sei, não posso afirmar. E estão dizendo na internet que houve censura… Não houve censura, a coluna saiu integralmente, sem mexer em uma vírgula.
– Mas houve consequências…
– Tinha uma conversa em torno dos rumos daquele espaço. Estão dizendo que foi a coluna de sábado que causou isso, mas não foi, não. Era o foco daquele espaço que era outro. Claro que a coluna de sábado foi uma coluna forte…
– Forte?
– Dentro da questão de que não era esse o foco.
– Então a demissão não se deu pela opinião da Maria Rita e por posterior censura a ela?
– Não é demissão… Colunistas se revezam, cumprem ciclos. A Chris Mello saiu do jornal em agosto, o Mark Margolis entrou em outra seção. O jornal tem 92 colunistas, e neste ano saíram três e entraram três ou quatro. O que estava havendo aí era a simples gestão de uma coluna específica. Reconheço que o momento é delicado, crítico, de eleições, mas abriu-se um diálogo que vazou e nós mantivemos a linha. O fenômeno da rede social é que uma conversa entre três pessoas passou a acontecer entre 3 mil pessoas, mas a verdade sobre esse fato é esta.”
Entrevista do jornalista Bob Fernandes com Ricardo Gandour, diretor de conteúdo do Grupo O Estado de S.Paulo, publicada no Terra Magazine
Publicado
quinta-feira, 7 de outubro de 2010 às 5:57 pm e categorizado como Blog.
Você pode deixar um comentário, ou fazer um trackback a partir do seu site.
Sobre a liberdade de expressão 2
– O que aconteceu entre o jornal O Estado de S.Paulo e a colunista Maria Rita Kehl?
– O projeto original do caderno C2 + Música é de ter ali, aos sábados, um espaço em torno da psicanálise. Um divã para os leitores. Mas esse não era o enfoque que ela vinha praticando e frequentemente conversávamos sobre isso.
– Com você?
– Não comigo diretamente, mas com a editora do caderno. Assim iniciou-se com a autora uma discussão em torno de novos rumos para a coluna. Inclusive com o contrapropor da colunista.
– Quando começou essa conversa?
– Essa última conversa começou na terça-feira, pela manhã. Ela chegou a contrapropor alguma coisa, tinha um diálogo rolando… Horas depois, houve um vazamento na internet que precipitou a decisão…
– Mas vocês atribuem isso a ela?
– Eu não sei, não posso afirmar. E estão dizendo na internet que houve censura… Não houve censura, a coluna saiu integralmente, sem mexer em uma vírgula.
– Mas houve consequências…
– Tinha uma conversa em torno dos rumos daquele espaço. Estão dizendo que foi a coluna de sábado que causou isso, mas não foi, não. Era o foco daquele espaço que era outro. Claro que a coluna de sábado foi uma coluna forte…
– Forte?
– Dentro da questão de que não era esse o foco.
– Então a demissão não se deu pela opinião da Maria Rita e por posterior censura a ela?
– Não é demissão… Colunistas se revezam, cumprem ciclos. A Chris Mello saiu do jornal em agosto, o Mark Margolis entrou em outra seção. O jornal tem 92 colunistas, e neste ano saíram três e entraram três ou quatro. O que estava havendo aí era a simples gestão de uma coluna específica. Reconheço que o momento é delicado, crítico, de eleições, mas abriu-se um diálogo que vazou e nós mantivemos a linha. O fenômeno da rede social é que uma conversa entre três pessoas passou a acontecer entre 3 mil pessoas, mas a verdade sobre esse fato é esta.”
Entrevista do jornalista Bob Fernandes com Ricardo Gandour, diretor de conteúdo do Grupo O Estado de S.Paulo, publicada no Terra Magazine
Publicado quinta-feira, 7 de outubro de 2010 às 5:57 pm e categorizado como Blog. Você pode deixar um comentário, ou fazer um trackback a partir do seu site.