O show da vida

“Com a palavra, o apresentador do Fantástico: ‘A polêmica acabou em samba. Lembra da Geisy, aquela do vestidinho rosa que provocou um rebuliço numa universidade em São Paulo? Ela está de volta, modificada, revista e ampliada’. Assim começava a reportagem do dominical da Globo sobre a lipoescultura a que se submeteu a estudante Geisy Arruda. Tratava-se de mostrar em primeira mão o ‘novo visual’ que a musa acidental da Uniban iria exibir durante os festejos momescos. ‘Samba, vestidinho rosa, rebuliço’ _as expressões engraçadinhas do locutor dão o tom acafajestado do suflê destinado a entreter os lares no final do domingão.
Uma das coisas que mais chamam a atenção no caso Geisy é a conversão do trauma em oportunidade, da humilhação em dinheiro, da selvageria em diversão de massa. A passagem entre uma coisa e outra se deu de maneira instantânea, sem que houvesse tempo para a elaboração do luto ou preocupação em refletir sobre o que aconteceu. (…) Talvez ainda exista a tentação de criticar o deslumbramento da garota com sua fama descartável. Mas por quê? Ela não é mais vulgar do que as apelações da mídia a seu respeito. Ela não é mais frívola do que o jornalismo de celebridades e seus espectadores.”

Trecho do artigo Geisy na folia, de Fernando Barros e Silva

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