TOC

“Quando Roberto e eu fizemos O Tempo e o Vento, em 1989, a graça ficou por conta de uma discussão inusitada. Tínhamos a ideia central da música: havia um casal em crise que teria seu amor levado pelo vento, cuja fúria provocaria tempestades e maremotos; depois os ares se acalmariam e trariam a paixão de volta, revigorada, e a devolveriam aos personagens da letra. Que beleza, era um bom ponto de partida. Ajeitei-me na cadeira e arregacei as mangas. Foi quando Roberto argumentou:
– Em que direção o vento vai levar o amor?
Eu, franzindo o cenho, respondi:
– Não sei, qualquer uma. Dependendo das condições climáticas, o vento sopra em várias direções.
– Não, bicho, temos que definir isso direito _ contestou ele. _ Porque eu queria que o vento dessa música trouxesse o amor pela mesma direção que levou.”

Trecho de Minha Fama de Mau, livro autobiográfico de Erasmo Carlos

Deixe um comentário

Contato | Bio | Blog | Reportagens | Entrevistas | Perfis | Artigos | Minha Primeira Vez | Confessionário | Máscara | Livros

Webmaster: Igor Queiroz