Vi o que não vi?

Délibáb é um fenômeno extraordinário da planície húngara, tão semelhante às planícies do sul de nosso continente. Único em seu gênero, esse tipo de espelhismo transporta paisagens muito distantes a horizontes quase desérticos, reproduzindo ante os olhos maravilhados do observador, em dias de calor, o desenvolvimento de cenas longínquas. Quadros curiosíssimos que cobrem o horizonte em enormes projeções. E suas imagens são planas, nunca invertidas, nítidas, claríssimas. Esse fenômeno ótico é devido à retração desigual dos raios solares nas camadas de ar, de temperatura e rarefação distintos. A imagem passa por diversas regiões de atmosfera de diferente densidade até projetar-se sobre o horizonte da planície.
Um trem corre a toda velocidade, mas não se percebem ruídos da máquina, nem se escutam os apitos. Em realidade, tal cousa sucede porque o trem não está ali; talvez se encontre a mais de 100 km de distância. Mas o délibád o atrai ao horizonte…”

Trecho da enciclopédia Nosso Universo Maravilhoso, organizada por Ernesto Sábato e Eugênio Hirsch

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