Política para quem precisa de política

“Agora, o governador de São Paulo reclama que as ocupações dos colégios são políticas. Claro que são. O que mais poderiam ser? São um ato político. Qual o problema disso? É proibido agir politicamente? Também o governador é político e age como tal. Também a proposta de reforma do ensino que faz é política. O que mais poderia ser? Pode ele imaginar, a sério, que um remanejamento de alunos dessa ordem, que o fechamento de um número considerável de colégios seja outra coisa que não um ato político? Se não é, seria o quê, então, um ato de natureza divina? Seria algo da ordem da natureza? Seria uma ‘decisão técnica’? A escola pública no Brasil é algo complexo: faz um bom tempo que se tornou mais que tudo um depósito para pobres. Eles não precisam aprender, é até melhor que não aprendam muito. O importante é que as escolas existam formalmente. É essa concepção (política) que leva Alckmin (ou seu secretário, tanto faz) a meter a mão na escola pública sem nenhuma delicadeza. Não discuto o mérito da reforma proposta. Não entendo disso. Mas entendo a desconfiança dos jovens muito bem.”

Do blog de Inácio Araujo

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