Para os meninos, azul; para as meninas, cor-de-rosa?

“A querida antropóloga Margaret Mead foi uma precursora dos questionamentos acerca da natureza da ‘alma feminina’. Ela viveu com algumas sociedades indígenas que ainda não haviam tido contato com a cultura ocidental, para descobrir se o comportamento dos gêneros era realmente ditado por fatores biológicos. Em seu livro Sexo e Temperamento, escrito a partir dessa vivência, Mead sugere que as características masculinas e femininas são construções culturais. Entre os tchambuli da Nova Guiné, por exemplo, os homens são emocionalmente dependentes e irresponsáveis, se pintam, se enfeitam e dançam para as mulheres (carecas e detentoras da riqueza e patrimônio da tribo), apresentando comportamentos aparentemente inversos aos típicos da sociedade ocidental. É o que a filósofa Judith Butler chama de performatividade de gênero, ou seja, as condutas femininas e masculinas não passam de representações ou performances.”

Trecho de Sou mulher e Chico Buarque não me compreende, artigo de Caroline Barrueco

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