sexta-feira, 20 de março de 2015

Jura que virei isso?

quinta-feira, 19 de março de 2015

Aquele que maldiz também está se maldizendo sem perceber?

“Minha mãe acredita que pessoas que contam os podres de outras pessoas se tornam, no momento em que os contam, mais podres do que as pessoas que estão julgando.
— Algumas coisas são mais feias na boca de quem diz do que na vida de quem faz.
Ela não imagina o quanto devo a essa frase.”

Crença, minicrônica de Fabrício Corsaletti 

quinta-feira, 19 de março de 2015

Uma hora, hei de me transformar num homem de respeito?

“quando eu tiver setenta anos
então vai acabar esta adolescência
vou largar da vida louca
e terminar minha livre docência
vou fazer o que meu pai quer
começar a vida com passo perfeito
vou fazer o que minha mãe deseja
aproveitar as oportunidades
de virar um pilar da sociedade
e terminar meu curso de direito
então ver tudo em sã consciência
quando acabar esta adolescência.”

Poema de Paulo Leminski

quarta-feira, 18 de março de 2015

Feitos um para o outro, mas…

E se o destino bater tarde demais à minha porta?

quarta-feira, 18 de março de 2015

Por que nunca consigo me manter no presente?

“No acaso da rua o acaso da rapariga loira.
Mas não, não é aquela.
A outra era noutra rua, noutra cidade, e eu era outro.
Perco-me subitamente da visão imediata,
Estou outra vez na outra cidade, na outra rua,
E a outra rapariga passa.
Que grande vantagem o recordar intransigentemente!
Agora tenho pena de nunca mais ter visto a outra rapariga,
E tenho pena de afinal nem sequer ter olhado para esta.”

Trecho de Acaso, poema de Álvaro de Campos

terça-feira, 17 de março de 2015

De carne, osso e dúvidas

“Mas que coisa é homem,
que há sob o nome:
uma geografia?
um ser metafísico?
uma fábula sem
signo que a desmonte?
Como pode o homem
sentir-se a si mesmo,
quando o mundo some?
Como vai o homem
junto de outro homem,
sem perder o nome?
E não perde o nome
e o sal que ele come
nada lhe acrescenta
nem lhe subtrai
da doação do pai?
Como se faz um homem?
Apenas deitar,
copular, à espera
de que do abdômen
brote a flor do homem?
Como se fazer
a si mesmo, antes
de fazer o homem?
Fabricar o pai
e o pai e outro pai
e um pai mais remoto
que o primeiro homem?
Quanto vale o homem?
Menos, mais que o peso?
Hoje mais que ontem?
Vale menos, velho?
Vale menos morto?
Menos um que outro,
se o valor do homem
é medida de homem?
Como morre o homem,
como começa a?
Sua morte é fome
que a si mesma come?
Morre a cada passo?
Quando dorme, morre?
Quando morre, morre?
A morte do homem
consemelha a goma
que ele masca, ponche
que ele sorve, sono
que ele brinca, incerto
de estar perto, longe?
Morre, sonha o homem?
Por que morre o homem?
Campeia outra forma
de existir sem vida?
Fareja outra vida
não já repetida,
em doido horizonte?
Indaga outro homem?
Por que morte e homem
andam de mãos dadas
e são tão engraçadas
as horas do homem?
Mas que coisa é homem?
Tem medo de morte,
mata-se, sem medo?
Ou medo é que o mata
com punhal de prata,
laço de gravata,
pulo sobre a ponte?
Por que vive o homem?
Quem o força a isso,
prisioneiro insonte?
Como vive o homem,
se é certo que vive?
Que oculta na fronte?
E por que não conta
seu todo segredo
mesmo em tom esconso?
Por que mente o homem?
mente mente mente
desesperadamente?
Por que não se cala,
se a mentira fala,
em tudo que sente?
Por que chora o homem?
Que choro compensa
o mal de ser homem?
Mas que dor é homem?
Homem como pode
descobrir que dói?
Há alma no homem?
E quem pôs na alma
algo que a destrói?
Como sabe o homem
o que é sua alma
e o que é alma anônima?
Para que serve o homem?
Para estrumar flores,
para tecer contos?
Para servir o homem?
Para criar Deus?
Sabe Deus do homem?
E sabe o demônio?
Como quer o homem
ser destino, fonte?
Que milagre é o homem?
Que sonho, que sombra?
Mas existe o homem?”
Especulações em Torno da Palavra Homem, poema de Carlos Drummond de Andrade
Interpretado por Sandra Corveloni

terça-feira, 17 de março de 2015

Interpretação de texto

terça-feira, 17 de março de 2015

Sou mesmo o que penso ser?

segunda-feira, 16 de março de 2015

Três jovens

A garota, muito bonita e inflamada, usando a camisa da seleção brasileira, passa diante de dois rapazes que veem a manifestação contra Dilma em São Paulo.
– Que gata, hein?, comenta um dos moços.
– Lindíssima! Podia me apaixonar por ela, mas é coxinha. Quero distância!
– Eu idem. Não vou chegar nem perto. Gostosa filha da puta!
Enquanto observava a cena, me perguntei se estávamos mesmo na avenida Paulista ou na Verona do século 16. Será que, como em Romeu e Julieta, os Montecchios e Capuletos de hoje só irão se reconciliar depois de pagarem um preço alto demais?

segunda-feira, 16 de março de 2015

Cría cuervos y te sacarán los ojos

Cartum de Hector Salas
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