Se a melhor defesa é o ataque, por que nunca botam um centroavante para jogar na zaga?
Se a melhor defesa é o ataque, por que nunca botam um centroavante para jogar na zaga?
“os véus transparentes
colocados nos edifícios
em construção
— uma teia, uma túnica
de tarrafa, mosquiteiro
de berço —
não os protegem do medo
nem da morte
por despencamento
apenas invertem o processo
da chegada, estão vestidos
antes de nascerem.”
“Os momentos felizes
Não estão escondidos
Nem no passado, nem no futuro”
“A menina escreveu uma história. ‘Mas quão melhor seria se você escrevesse um romance’, disse a mãe. A menina construiu uma casa de bonecas. ‘Mas quão melhor seria se fosse uma casa de verdade’, disse a mãe. A menina fez um travesseirinho para o pai. ‘Mas quão mais útil seria uma colcha’, disse a mãe. A menina cavou um pequeno buraco no jardim. ‘Mas quão melhor seria se você cavasse um buraco grande’, disse a mãe. A menina cavou um buraco grande e entrou nele para dormir. ‘Mas quão melhor seria se você dormisse para sempre’, disse a mãe.”
“Deputado come fatia de pizza atirada por manifestante.”
E se um pato resolvesse tentar a sorte no Tinder, o aplicativo que promove encontros amorosos?
(mais…)
“As atuais políticas de segurança pública e a omissão do braço social do Estado nas favelas são expressões de uma mesma lógica. O projeto das UPPs mostra muito bem isso, como parte de um modelo de gestão neoliberal da pobreza. Neoliberal?! Sim. O neoliberalismo produz a ‘ascensão do Estado penal’, ‘em resposta à crescente inseguridade social, e não à insegurança criminal’, diz o sociólogo Loïc Wacquant, autor da já clássica obra Punir os Pobres: o Governo Neoliberal da Inseguridade Social. O ‘neoliberalismo realmente existente’, diz Wacquant, consiste não na redução do Estado (conforme sua propaganda ideológica), mas em sua reengenharia, na ‘construção de um Estado forte capaz de opor-se de modo efetivo à resistência social à mercantilização e de moldar culturalmente subjetividades em conformidade com isso’.
Trata-se, diz ainda o francês radicado nos Estados Unidos, de uma ‘articulação entre Estado, mercado e cidadania, que direciona o primeiro para impor o selo do segundo na terceira’. O Estado não diminui, mas ganha um novo perfil, ainda mais forte como máquina de estratificação social a serviço da mercantilização. No caso da ‘ocupação’ das favelas, isso fica bastante claro: o projeto das UPPs envolve não apenas o disciplinamento político de uma classe via repressão explícita, mas também uma disputa econômica pelo controle do mercado consumidor e produtivo dos territórios ‘pacificados’. A retórica é de que o controle territorial pelo Estado teria por fim ‘levar serviços básicos’ às favelas, mas o que se tem registrado não é isso.
A disputa pelo controle da economia dos territórios das favelas alcança não apenas a concorrência comercial pela prestação de alguns serviços, mas, de modo bastante central, a ofensiva de inclusão daquelas terras no mercado imobiliário dominado pelas grandes empresas ‘do asfalto’. Não por acaso, tem se registrado alta brutal de preços dos imóveis de favelas ‘pacificadas’, o que tem expulsado a pobreza para áreas mais periféricas do Rio e gerado lucros exorbitantes para o capital imobiliário.”
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