Em outras palavras: amizade colorida ou amizade dolorida?
Em outras palavras: amizade colorida ou amizade dolorida?
“É natural que, na vida, uma torta na cara provoque o riso, desde que se desmanche na cara dos outros. (…) Mas nos filmes de O Gordo e o Magro não é a torta na cara que nos delicia, e sim a pausa entre a provocação e a resposta, os longos segundos em que o Gordo enxuga do rosto o creme chantilly, e a lentidão com que aproxima a própria torta do rosto do Magro que espera, único a ignorar o seu futuro imediato. Questão de ritmo, não de torta.”
Trecho de Campanile: o Cômico como Estranhamento, ensaio de Umberto Eco
Clipe do duo japonês U900
Dica de Bruno Moreschi
– Creio que o seu caso é para terapia de grupo.
– Eu e um grupo de pacientes?
– Não. Você e um grupo de terapeutas.
“Nunca tive uma impressão mais poderosa de harmonia do que a produzida pelas lentas e repetidas mudanças de ritmo dos atletas da patinação de velocidade quando surgem das curvas, aceleram nos trechos curtos e entram na próxima curva em sua faixa de competição; nunca achei um movimento corporal mais improvável do que o do patinador artístico quando toca o solo com segurança depois de um salto quádruplo, ou mesmo quíntuplo; não conheço fusão maior entre a paisagem e o homem do que a do esquiador que se lança morro abaixo; e para mim não há maior nem mais impressionante improbabilidade atlética do que a do voo esticado de um saltador de esqui (ou de um atleta de half-pipe snowboard). Mais ainda do que em grande parte dos esportes de verão, assistir a esses eventos desperta em mim o desejo impossível de voltar a ser novamente natureza, de recuperar certos instintos há muito perdidos e formas de movimento em sincronia com nosso ambiente. (…) Não há dúvida de que, quanto mais completamente nossa vida cotidiana for absorvida pela aborrecida fusão entre computador e consciência, tanto maior se tornará nosso desejo de existir como poesia física.”
Trecho do artigo O fascínio ancestral da neve, de Hans Ulrich Gumbrecht
Foto João Wainer
Luiz Alfredo Garcia-Roza com a máscara de Espinosa.
O personagem foi desenhado por Claudius, fã do delegado
O protagonista do romance Céu de Origamis incorpora em Luiz Alfredo Garcia-Roza, autor do livro, e afirma: “O crime compensa, sim”
(mais…)
“Imaginamos conhecer as pessoas que amamos.
Nossos maridos, nossas esposas. Nós os conhecemos _somos eles, às vezes; quando nos separamos numa festa, nos pegamos expressando suas opiniões, seus gostos em matéria de comidas ou livros, contando um caso que nunca aconteceu conosco, e sim com eles. Observamos seus cacoetes ao conversar, ao dirigir e ao se vestir, como mergulham o cubo de açúcar no café, fixam o olhar enquanto passa de branco a marrom, e depois o soltam, satisfeitos, dentro da xícara. Observei meu marido fazer isso todas as manhãs; eu era uma esposa vigilante.
Imaginamos conhecê-los. Imaginamos amá-los. Mas o que amamos acaba se revelando uma tradução ruim, uma tradução que nós mesmos fizemos de uma língua que mal conhecemos. Tentamos superá-la para chegar ao significado do original, mas jamais conseguimos. (…) O que entendemos de verdade?”
Trecho de A História de um Casamento, romance de Andrew Sean Greer
Clipe de Essa Canção Francesa, música de Thiago Pethit
Dica de Sheyla Miranda
“Um lencinho não dá pra enxugar
O rio de lágrimas que eu tenho pra chorar”
Trecho de A Saudade que Ficou (O Lencinho), samba de Elzo Augusto e Joãozinho da Rocinha
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