Arquivo de fevereiro de 2013

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Batuque na cozinha, sinhá não quer?

“Conheci o Milton Nascimento na casa dele, apresentado pelo Geraldo Azevedo. Isso faz muito tempo. Lembro que cheguei lá, olhei pra cara dele e disse: ‘Eu vim aqui tocar com você’. Ele, com aquele jeitão de mineiro, desconfiado, de poucas palavras, olhou torto pra mim. A noite foi passando, já tinha pouca gente na casa, e alguém pediu pro Milton cantar algo. Ele começou a cantar, eu pedi licença, fui até a cozinha e voltei com as caçarolas. E o Milton só olhando, com aquele jeitão dele. Ele cantou, eu o acompanhei e no fim ele olhou pra mim e perguntou: ‘O que você vai fazer na segunda-feira?’ Entramos em estúdio e, desde então, já fizemos muita coisa juntos. Quem sofreu foi a mãe do Lô Borges, a Dona Maricota. Os encontros musicais eram na casa do Lô e, toda vez que eu ia lá, ela se queixava: ‘Naná, deixa pelo menos uma caçarola pra eu cozinhar!'”

Do percussionista Naná Vasconcelos
O título do post remete à canção Batuque na Cozinha, de Martinho da Vila e João da Bahiana. No vídeo, Ney Matogrosso interpreta o samba

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Nunca haverá satisfação que nos satisfaça?

“Só existe uma vida: a que estamos vivendo. É óbvio. Mas por que mal conseguimos viver sem imaginar que ela possa ou deva ser outra? É uma aflição moderna, pós-romântica. Imagine que Emma Bovary e Anna Karenina tenham se juntado, desistido de complicar sua vida com amantes e sonhos, e transferido todas suas aspirações para seus filhos, ou seja, para nós. Rebentos dessas duas maravilhosas mulheres, como poderíamos achar que o que vivemos é suficiente? Como poderíamos ver o fim da vida se aproximando sem resmungar: ‘Então, era só isso?'”.

Do psicanalista Contardo Calligaris

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Lição impossível?

“Amar não se ensina.”

Trecho de Passarinho Quando Pia, música de Carlos Careqa

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Mimetismo

– Neste ano, vou pular Carnaval, avisou a formiga.
– Que maravilha! Vai se fantasiar de quê?
– De cigarra, ué.

A partir de uma dica de Liana Lessa

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Se Cristo fosse casado, poderia ter escapado da cruz?

“Nós nos casamos em uma cerimônia simples no deserto, só para os íntimos, celebrada por um rabino e um outro que Jesus chamou de ‘ministro batista’. Logo antes dos votos de fidelidade, o rabino cochichou para mim: ‘Pense bem no que está fazendo! Seus filhos vão ser meio goim!’ Mas, na festa do casamento, em um oásis lindo, Jesus conquistou totalmente a minha família ao curar meu primo Zeca da Galileia, que teve furúnculos a vida inteira. É verdade que minha tia Ruth, ao ver o Zeca curado, não se conteve: ‘Bom, ele também tem piolhos…’ Durante os anos seguintes acompanhei Jesus em suas viagens de aldeia em aldeia, espalhando a palavra de Deus a todos que quisessem ouvir. Eu dizia a mim mesma: ‘Deixa ele desabafar, botar tudo para fora’. Até que chegou o dia fatídico. Foi durante um jantar, em uma pousada das redondezas, com todos os apóstolos reunidos. Eu testava uma nova receita de bolinhos sem fermento. ‘Estão uma delícia!’, disse Judas, o que me deixou desconfiada, porque, sinceramente, você já provou bolo sem fermento? Daí Jesus anunciou que alguém daquela mesa iria traí-lo – eu estava em pé, bem atrás de Judas, e fiquei apontando para ele, fazendo mímica para dizer: ‘É esse aqui! Acorda!'”

Trecho de Meu Homem, conto de Paul Rudnick 

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Enfim, um casal perfeito?

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Falha na seleção natural

“Olho para certas pessoas e penso: no caso delas, venceu mesmo o espermatozoide mais esperto?”

Da marqueteira Danusa Freitas

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Ó, Pai, livrai-nos do espetáculo

“mídia
me entreguei a ti
fiz os teus caprichos
oh, mídia!
no dia em que eu te conheci
acreditei que seria feliz
investi tudo o que tinha
eu cri, não eras uma atroz
quando tu aparecias
lá estava eu junto a sorrir
perguntava se era pra sempre
mas teu ofício era mentir”

Trecho de Mídia, canção de Carlos Careqa 

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Ganhando o pão que o diabo amassou

O trabalho engrandece ou ensandece o homem?

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Por que tanta ânsia de compreender se caminhamos inexoravelmente para o incompreensível?

“- Há quem afirme não conseguir entender o que o senhor escreve mesmo depois de ler duas ou três vezes. Poderia sugerir algo a esse tipo de leitor?
– Que leia quatro vezes.”

Do romancista William Faulkner
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