“Posso imaginar que uma garota de 13 anos clique ‘curtir’ em uma fotografia do namorado fazendo bico no Facebook. Ela certamente espera que o namorado retribua o favor. Mas qual a razão de alguém ir à página da Subway (16 milhões de ‘curtir’) e aprovar uma imagem, alterada no Photoshop, de um sanduíche de presunto? Não consigo entender.”
De tanto investigá-lo em fotografias e ilustrações, pensava que o oceano fosse uma espécie de rio, ainda que infinito e permanentemente ondulado. Mas, já beirando os 14 anos, quando o avistou de perto pela primeira vez, teve um sobressalto:
– Por que ninguém nunca me contou que o mar faz barulho?
“- Lendo seus livros, a gente tem a impressão de que você sente certa felicidade em não ver, que isso não o chateia, muito pelo contrário. É assim mesmo?
– Não, uma certa felicidade, não. Mas nunca vivi num mundo visual. Por exemplo, não sei a cor da roupa que visto. E já me aconteceu de me apaixonar por uma mulher, muito apaixonado e… bem, não poder imaginá-la direito.
– Explique com mais clareza.
– Imagino a felicidade de estar com ela. Isso, sim, eu posso imaginar. Mas se me perguntam a cor de seus olhos, a forma do nariz e da boca, nao sei.”
“- Você faz oficinas literárias, está formando uma nova geração de escritores. Como os avalia? Acha que escrevem por escrever ou têm outra visão?
– Quando começa o curso, digo logo: ‘Se você quer passar por aqui para arrumar emprego, desista. Isso não é um curso de corte e costura. Possivelmente, vai sair sem emprego’. É um curso de desemprego. Não sou o Serra nem o Lula para prometer emprego. Ofereço desemprego.”
Repórter angustiado, diante do computador:
– O editor me pediu para usar três fontes nesta reportagem. Arial, Times New Roman e qual mais?
“O capitalismo é uma religião – a mais feroz, implacável e irracional religião que jamais existiu, porque não conhece redenção nem trégua. Celebra um culto ininterrupto, cuja liturgia é o trabalho e cujo objeto é o dinheiro.”
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