Quando ela mente
será que deveras sente
o que mente pra mim?
A partir da canção Ela Faz Cinema, de Chico Buarque
Quando ela mente
será que deveras sente
o que mente pra mim?
A partir da canção Ela Faz Cinema, de Chico Buarque
“Porque se chamava moço
também se chamava estrada”
Trecho de Clube da Esquina II, canção de Flávio Venturini
Conheço o jeito exato de fazer errado.
Conheço de cabeça o que não interessa.
Conheço pelo som o que não tem sentido.
Conheço por inteiro o meio do caminho.
Conheço com frequência o que não passa nunca.
Conheço pontualmente a falta de horário.
Conheço e recomeço e logo mais esqueço.
A partir do poema Prestação de Contas, de Diego Grando
“Hoje é um dia muito especial. Entrei na casa dos 80 anos. Aquela casa que é do infinito. A impressão que tenho é de não ter envelhecido, embora esteja instalada na velhice. O tempo é mesmo irrealizável… Já chorei muito de manhã. Ao acordar, chorei muito. Depois me acostumei.”
De Fernanda Montenegro, no último dia 16, para a plateia do monólogo Viver sem Tempos Mortos, que a atriz encena no Rio de Janeiro
“Quando Roberto e eu fizemos O Tempo e o Vento, em 1989, a graça ficou por conta de uma discussão inusitada. Tínhamos a ideia central da música: havia um casal em crise que teria seu amor levado pelo vento, cuja fúria provocaria tempestades e maremotos; depois os ares se acalmariam e trariam a paixão de volta, revigorada, e a devolveriam aos personagens da letra. Que beleza, era um bom ponto de partida. Ajeitei-me na cadeira e arregacei as mangas. Foi quando Roberto argumentou:
– Em que direção o vento vai levar o amor?
Eu, franzindo o cenho, respondi:
– Não sei, qualquer uma. Dependendo das condições climáticas, o vento sopra em várias direções.
– Não, bicho, temos que definir isso direito _ contestou ele. _ Porque eu queria que o vento dessa música trouxesse o amor pela mesma direção que levou.”
Trecho de Minha Fama de Mau, livro autobiográfico de Erasmo Carlos
“Crianças da quarta série de uma escola pública de Sapucaia do Sul, perto de Porto Alegre, usaram pó de giz para fingir serem traficantes e consumidores de cocaína durante brincadeira no recreio.”
Notícia de hoje na Folha de S.Paulo
“A vida muda rapidamente.
A vida muda em um instante.
Você se senta para jantar e, de repente, a vida que você conhecia chega ao fim.”
Trecho do monólogo O Ano do Pensamento Mágico, baseado no livro autobiográfico da jornalista norte-americana Joan Didion. Seu marido, o escritor John Gregory Dunne, morreu subitamente em dezembro de 2003, na hora do jantar
“Se Lynn está falando com o Christopher Lehmann-Haupt, ela está discutindo um obituário no New York Times. Um obituário quer dizer que John, meu companheiro por 40 anos, está morto. Eu sou tomada pela necessidade de não permitir que ninguém do Los Angeles Times leia isso no New York Times. Eu ligo para um amigo do Los Angeles Times. Quando ele atende, percebo que cometi um erro. Ainda é cedo em Los Angeles, será que o John já está morto em Los Angeles? Que horas eram quando eles avisaram que ele tinha morrido? Já é essa hora em Los Angeles? Se ainda há tempo na Costa Oeste, será que tudo isso precisa acontecer lá? Será que eu levo ele para lá agora mesmo? Se eu desligar e pegar um voo para lá, é possível ter um desfecho diferente no fuso horário do Pacífico?”
Trecho do monólogo O Ano do Pensamento Mágico, baseado no livro autobiográfico da jornalista norte-americana Joan Didion
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