terça-feira, 24 de novembro de 2009

Por que sangrar o coração assim?

Uma das maiores realizações que se espera da vida é a paixão, um encontro amoroso “intenso, pleno. O problema é que não temos segurança dele. Quanto mais me apaixono, maior o risco de me iludir. A paixão _do grego pathos, que designa a situação em que sou passivo (em oposição à ação) e minha razão fica inibida_ não é boa juíza de caráter ou de relações. O encontro emocional intenso pode dar errado. Sua base pode ser frágil. Por isso, parece necessário cada pessoa construir o sentido de sua vida (seu “eixo”) sozinha, e balizar a relação com o outro por essa prévia definição pessoal. (…) A mídia fala muito em paixão e pouco em amor. O amor sempre aparece como algo menor que a paixão. O coração não dispara. Parece coisa de velho. Não assitimos a histórias de amor, só de paixão. Talvez esteja na hora de começarmos a contar histórias de amor, não só de enganos. Aprendemos a viver escutando narrativas. É hora de pensar que ‘foram felizes para sempre’ só é possível com o amor, não com o fulgor passional.”

Trecho do artigo A insuportável liberdade do amor, de Renato Janine Ribeiro, professor de Ética e Filosofia Política na USP

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

O que os brinquedos fazem quando ninguém está olhando?

Do Flickr de Stéfan
Dica de Taciana Barros

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Para sempre, num único instante

“Quando íamos fazer a sesta, certa vez, meu avô tapou os olhos com as mãos e disse, Já pensou, Nuninho, como é horrível ficar cego? Ficar no escuro para sempre? Eu tapei meus olhos como ele, e logo procurei abri-los, aflito, mas sem querer ele tinha apagado a luz e eu achei que não estava mais enxergando. Ele riu muito disso, como se risse da morte.”

Trecho de Fala Fala Fala Fala (sobre Meu Avô), ensaio memorialístico de Nuno Ramos

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Só Jesus salva

E o computador, não salva também?

Piadinha infame grafitada num muro de São Paulo

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Mau negócio

“Guarda teu rancor. Já não basta o que sofri
com o desprezo que me deste em pagamento
no dia do vencimento do teu amor sem fim?”

Trecho da canção Só o Amor Constroi, de Kléber Albuquerque

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Um asilo muito louco

“Na semana passada, estive em Nova York para a celebração dos 25 anos do Rock and Roll Hall of Fame, no Madison Square Garden. Foi um evento esplêndido! Encontrei vários amigos lá, como Stevie Wonder, Bruce Springsteen, Bono, Mick Jagger. Foi realmente uma noite fantástica, com apresentações memoráveis, mas de repente nos olhamos e constatamos: estamos todos velhos! Aí você começa a ouvir os resmungos, tipo ‘ai, minha gota não me deixa em paz’, ou a pergunta ‘e sua hérnia, como vai?’ etc. e tal. Taí, era uma coisa que nenhum de nós esperaria experimentar, mas o fato é este: estamos ficando velhos…”

Do cantor Sting em recente entrevista a Lobão

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

O que tínhamos de mais precioso?

“Conversas e risadas em comum, a troca de afetuosas gentilezas, a leitura simultânea de livros agradáveis, o desempenho de tarefas em conjunto, ora insignificantes, ora importantes, contradições passageiras, sem rancor, como acontece a cada um de nós até consigo próprio, e com tais contradições, assim mesmo bastante raras, tornávamos mais prazerosa a habitual concordância de pontos de vista, o ensino recíproco das novidades, o sentir imensamente a nostalgia das ausências e o alegre acolhimento do retorno.”

Trecho de Confissões, autobiografia de Santo Agostinho

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Os sons do banal

O homem de 43 anos que mora sozinho num apartamento de dois quartos sempre julgou ter o silêncio como única _e agradável_ companhia. Entretanto, certa manhã, percebe-se mergulhado em ruídos: a descarga do banheiro, o girar das torneiras, a ducha sobre o piso azul, o ir e vir da escova de dentes, os pés descalços rasgando o chão de madeira, o teclado do computador, a caneta que desbrava o bloquinho de anotações, o abrir e fechar de portas, o murmúrio da geladeira, o farfalhar das persianas, o bater de talheres, o roçar da camisa no pescoço, a cantoria do molho de chaves, a esponja que lambe o prato sujo, o grito do telefone, o aparelho descartável de barbear varrendo o rosto magro. Por que não os notava antes?

Inspirado em H., relato memorialístico do poeta Carlito Azevedo

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

No final das contas, tudo é retórica?

“Não existe verdade. Existe convencimento.”

Aforismo que circulava na Grécia Antiga

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Relação estável

Cartum do argentino Tute
(clique na imagem para ampliá-la)
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