terça-feira, 16 de março de 2010

Ressaca

Quadrinho de Liniers
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terça-feira, 16 de março de 2010

Tudo o que desejamos é morar numa cidadezinha do interior?

“O Facebook é movido a alta tecnologia. Não sei quantos servidores e cabos e engenheiros são necessários para garantir o acesso a 430 milhões de usuários 24 horas por dia no mundo todo, inclusive por celulares inteligentes. Mas garanto que é muita coisa. E, no entanto, como diz o meu irmão Phil, o resultado acaba parecendo um jornal de bairro. Esse é o ponto. É isso que é curioso. Não interajo com 430 milhões de pessoas. Apenas com algumas centenas de amigos. Dessas, talvez 100 participem de forma ativa da conversa comigo. Fico sabendo que a Vanessa se casou. Da frase esperta que Félix, filho da Bia, disse no café da manhã. Que meu irmão não consegue sair de Washington D.C. porque neva demais. Maurício vai descobrindo pérolas da música popular que posta para nós. Meu amigo Claudio Edinger, um militante do Facebook, nos dá aulas da história de filosofia e de arte com aforismos diários extraídos de grandes pensadores. Minha mulher Luli coloca um desenho de vez em quando. Meu pai reproduz um artigo sobre como uma nova invenção vai mudar o futuro da humanidade. E por aí vai. Também acompanho o progresso das fazendas daqueles que participam do jogo de Farmville no Facebook. Quem ganhou uma vaca nova. Quem precisa de ajuda para adubar suas melancias. Às vezes, sinto que moramos todos em uma pequena cidade rural e o Facebook é o nosso jornalzinho. É esse o seu segredo. Quanto mais as pessoas se globalizam, espalhando-se pelo mundo, mais elas anseiam pelos velhos e bons laços de comunidade.”

Trecho de A Volta do Jornal de Bairro, crônica de Mattew Shirts

terça-feira, 16 de março de 2010

Circo sem alma

“E agora, véio? Só tem público, não tem mais palhaço…”

De um jovem, no enterro do cartunista Glauco

segunda-feira, 15 de março de 2010

Vai dar bode?

Intervenção urbana do artista Eduardo Srur, em que
o Touro Bandido visita uma das vacas da Cow Parade,
na avenida Faria Lima, zona oeste de São Paulo
Dica de Laila Abou Mahmoud

segunda-feira, 15 de março de 2010

E como farei para renascer?

“Sinto que o mês presente me assassina,
Há luto nas rosáceas desta aurora,
Há sinos de ironia em cada hora
(Na libra escorpiões pesam-me a sina)
Há panos de imprimir a dura face
À força de suor, de sangue e chaga.
Sinto que o mês presente me assassina”

Trecho do poema Sinto que o Mês Presente me Assassina, de Mário Faustino

segunda-feira, 15 de março de 2010

A dor trágica

“No senso comum, dizemos que as coisas acontecem tragicamente quando elas são catastróficas. Não há nisso erro, apenas redução. (…) Nossa prática discursiva atual, cotidiana (…) designa o trágico como esse lugar do pior, do mais terrível que poderia ocorrer a alguém. (…) No entanto, a escalada histórica da ideia de trágico, a partir de inúmeras interpretações que sofreu e continua a sofrer, já diz algo dela mesma. Na maioria das vezes, o trágico foi pensado como uma espécie de essência, de conteúdo profundo e verdadeiro que reveste a condição humana, em qualquer tempo da história, conteúdo que sinaliza um conhecimento adquirido através da dor. (…)
O que exatamente dói? Em uma resposta sucinta, diríamos que é a nova situação do homem. Na tragédia grega, ‘o heroi deixa de se apresentar como modelo, como era na epopeia e na poesia lírica; ele tornou-se problema’. Aproximando um pouco mais o nosso foco, não se trata de uma situação em que o homem tem problemas a resolver _ isso seria evidente e comum _ mas de uma situação em que ele é o problema, e não há como deixar de sê-lo.”

Trecho de A Travessia do Trágico em Análise, livro do psicanalista Mauro Pergaminik Meiches

sexta-feira, 12 de março de 2010

Glauco

Quadrinho do cartunista, assassinado nesta madrugada em Osasco (SP)
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sexta-feira, 12 de março de 2010

Linguagem de sinais

Vejo uma voz?

sexta-feira, 12 de março de 2010

A liberdade é uma prisão?

“O homem está condenado a ser livre. Condenado, porque não criou a si mesmo e como, no entanto, é livre, uma vez que foi lançado no mundo, é responsável por tudo que faz.”

De Jean-Paul Sartre

quinta-feira, 11 de março de 2010

A mais sublime das despedidas?

“Levo comigo um maço vazio e amassado de Republicana e uma revista velha que ficou por aqui. Levo comigo as duas últimas passagens de trem. Levo comigo um guardanapo de papel com minha cara que você desenhou, da minha boca sai um balãozinho com palavras, as palavras dizem coisas engraçadas. Também levo comigo uma folha de acácia recolhida na rua, uma outra noite, quando caminhávamos separados pela multidão. E outra folha, petrificada, branca, com um furinho como uma janela, e a janela estava fechada pela água e eu soprei e vi você e esse foi o dia em que a sorte começou.
Levo comigo o gosto do vinho na boca. (Por todas as coisas boas, dizíamos, todas as coisas cada vez melhores que nos vão acontecer.)
Não levo nem uma única gota de veneno. Levo os beijos de quando você partia (eu nunca estava dormindo, nunca). E um assombro por tudo isso que nenhuma carta, nenhuma explicação podem dizer a ninguém o que foi.”

Mulher que Diz Tchau, crônica de Eduardo Galeano

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