terça-feira, 20 de abril de 2010

Publicitários, go home!

“Do que se fala hoje? De Google, Microsoft, Yahoo, Facebook, Twitter, marcas que nunca existiram no campo analógico. Elas nem precisaram de campanha de lançamento, ou seja, nunca vi um cartaz dizendo ‘compre Google’. Entramos nele porque as portas estavam abertas.”

Do escritor e jornalista espanhol Juan Luis Cebrián, fundador do El País, em entrevista para Laura Greenhalgh

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Que itens não podem faltar numa lista de casamento?

“aos corações namorados
desejo uma forração de pneu
para tratores, é desnivelada
a estrada do amor

e o raro dom de transformar
as máquinas pesadas de convivência
em miniaturas de máquinas pesadas
da convivência

uma jaqueta corta-frio para distâncias
convenientes e forçadas, brigas de quarta
série primária e joguinhos de salão
ao relento, já aos corações devotados

aos seus corações namorados desejo,
sobretudo, o enrosco, aquele laço fatal
do nhe-nhe-nhem do carinho e o tempo
medido por um relógio de pulso quebrado.”

Artigos para Presente, poema de Bruna Beber

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Vinde a mim as criancinhas?

Cartum de Benett

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Tem certeza de que está com fome?

“Para aqueles garotos de Minnesota, as refeições aconteciam somente às oito da manhã e às cinco da tarde, resumindo-se a pratos de repolho e batatas fracionadas a menos da metade do que tinham o hábito de comer. Foi assim por um mês, dois meses, seis meses. O corpo de cada um dos rapazes devorou um quarto de si mesmo.
Há um rosto que todas as pessoas famintas partilham: o olhar apático e baço que você deve reconhecer das imagens da África ou das pessoas que moram nas ruas, e depois de apenas dois meses Buzz tinha esse olhar. É chamado de ‘máscara da fome’. Surge dos músculos faciais que definham. Algumas partes do corpo se contraem com a magreza, como os braços e as pernas, e alguns ficam flácidos, como os joelhos. Os pulmões começam a falhar, o coração perde a força, a pulsação fica mais devagar, apesar de o próprio sangue afinar com a água que o corpo acumula, quem sabe por quê? Vestir-se vira uma dificuldade; ironicamente, abrir uma tão desejada garrafa de leite parece impossível; nem mesmo um livro pode ser segurado aberto pelo tempo suficiente para ser lido. Buzz aprendeu a diferença, segundo me contou, entre a dor angustiante da fome e o golpe ligeiro, agudo. Às vezes a fome se prolonga por tanto tempo, invade o corpo com tanta intesidade para achar seus depósitos escondidos que concede uma profecia da velhice _a espinha dorsal entra em colapso, a postura tomba para frente. Um homem faminto de 20 anos pode experimentar uma sensação que só voltará a ter 60 anos depois: a sensação de ter envelhecido.”

Trecho de A História de um Casamento, romance de Andrew Sean Greer

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Por que os deuses não me fizeram uma pessoa cabriocárica, inoxidável e estrogonoficamente sensível?

Segundo apurei na internet, o sujeito conhecido como “Carro Velho” mora em Quixeramobim (CE) e gosta de falar bonito. Durante o dia, trabalha numa loja de materiais de construção e, à noite, faz as vezes de vigia da prefeitura. A Rádio 104, onde se deu a gravação, é uma emissora comunitária da cidade. E Carlinhos Elói é um dos locutores mais famosos da “concorrente”, a Rádio Cristal.

Dica de Júlia Medeiros

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Você existe mesmo ou inventei?

“Se faço uma cara carente
É melhor me mimar
Se tenho expressão de doente
É melhor me curar
Se a minha cabeça está quente
Cê deve assoprar
E mesmo proposta indecente
Convém aceitar

Cê tem que cuidar
Cê tem que
Cê tem que evitar
Que a esta altura da vida
Eu despenque

Você me aparece sempre
Na hora certa
Você é a dependência
Que me liberta
E conserta

Se estou com frio
Você sabe o que é bom
Pra aquecer
Se estou vazio
Você vem preencher
Se desconfio
Você fala de um jeito
Que eu volto a crer

Se me arrepio
Você chega a tremer
Quando inicio
Você lá na frente
Põe fim, conclui!
Se sou vadio
Me substitui

Se faço uma cara de fome
Vem me alimentar
Se vivo morrendo de sede
É melhor me molhar
Se digo sempre a mesma coisa
É bom concordar
Se pensa ir embora pra sempre
É só me levar

Por onde cê for
Eu sigo
Não posso viver
Muito tempo
Sozinho comigo
Você é o chão seguro
Em que eu piso
Você é o que ainda resta
Do meu juízo”

Trecho de Almas Gêmeas, canção de Luiz Tatit

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Dilema do superego

O avesso da transgressão é a normalidade ou a repressão?

A partir de uma declaração da escritora irlandesa Edna O’Brien na reportagem
Relação de mães e filhas é complexa”, diz O’Brien

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Não se desgrudam porque se amam ou já não se amam porque não se desgrudam?

Adán Y Eva, do animador Roberto LouMa

Dica de Ricardo Lombardi

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Sobre a necessidade de limpar a limpeza

“No ano passado, as pessoas começaram a desinfetar as mãos com álcool em gel por causa da gripe suína. Agora, muitas levam os tubinhos para todos os lados. Será que irão inventar um higienizador de tubo higienizador?”

Pergunta enviada à coluna Barbara Responde, da Revista da Folha

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Síndrome do pânico

Instituto Moreira Salles, 19:47

Estou assustada. É esse frio
que me encapa os dedos?
Mais um gole. Nesse lago
de invenção, nas curvas
nadam elétricas carpas.
Bela e erótica arquitetura
– mas que importa aos peixes
o mosaico cravado ao seu entorno?
Que me importa qualquer coisa
de belo agora? Me sinto tal qual
a obra sobrevivida de Segall
presa à parede sólida da galeria.

Alguma eminência. Estou
assustada e fica o vento
entre os dedos a mover
somente
a mão gélida e pálida.”

Poema-momento, de Laura Liuzzi

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