“Na primavera Strephon me beijou
No outono foi Robin
Colin apenas me deu um olhar
E nunca me beijou.
Do beijo de Strephon… nem me lembro mais.
Porque ele me beijou e Robin me beijou.
Mas o beijo que havia no olhar de Colin
Esse me acompanha aonde vou.”
“Os filhos crescem.
Aquela coisa mais querida do mundo
de repente tem opinião,
derrama por querer a sopa toda,
não para de chorar de pura raiva.
Os filhos crescem.
Querem entrar no grupo que os não quer,
pedem briga, dão gritos pela rua
a clamar eu sou eu
por não saber quem são.
Os filhos crescem
e ficam diante de si como num ringue.
Vão se bater até beijar a lona?
Se duvidarem, vão.
Os filhos crescem.
Desenha-se a existência em cada um,
os pais ficam olhando, que fazer?
E mesmo quando acertam, que é que muda?
Os filhos crescem
e não adianta se querer dar tudo,
nem a alma.
Desejam outras almas,
são outros.
Os filhos crescem.
Sem ler nossos romances para eles,
se metem em capítulos inéditos.
Já não são nós, se sentem vitoriosos.
E continuamos eles…”
Os Filhos Crescem, poema de Paulo Hecker
O título do post remete a Pedaço de Mim, canção de Chico Buarque
Interpretada por May Honorato e Maylton Honorato
“Entre os brasileiros [ricos que frequentam Miami] a tendência é contratar os serviços de um beach butler, um mordomo de praia. No verão passado, entraram para os anais de Sunny Isles as férias do lobista Milton Lyra, ligado ao PMDB. Uma enorme barraca branca foi montada na areia, serviu-se à farta caviar, foie gras e champanhe. Do mar, Lyra chamava o mordomo Juan, que, com água até o peito e equilibrando uma bandeja, aplacava a sede do anfitrião com champanhe em copos de plástico.”
Trecho de A Xangrilá dos Descontentes, reportagem de Daniela Pinheiro
“Faz de conta que não houve aquele adeus
Faz de conta que foi ontem que eu saí
Dizendo que voltava logo, logo
Faz de conta que hoje é logo
E por isso estou aqui
Faz de conta que nós nunca nos dissemos
Aquelas palavras tão rudes e más
Faz de conta que não houve
Tantos anos separados
E eu apenas me atrasei um pouco mais”
Faz de Conta, samba de Mário Lago e Chocolate
Interpretado por Paulinho da Viola