Arquivo de março de 2011

quinta-feira, 31 de março de 2011

Quem está mentindo: a palavra ou o objeto?

Se o guarda-chuva guarda realmente a chuva, por que a chuva guardada não chove na gente quando o abrimos?

quinta-feira, 31 de março de 2011

Os velhos e o moço

” – Outro dia soube que seu filho ameaçou suicidar-se, subindo no alto do viaduto…
– Suicidar? Meu filho? _ seu Marciano arregalou os olhos, voltou-se para dentro:
– Eduardo!
Eduardo veio até a sala.
– Estão dizendo que você ameaçou se suicidar, subindo no viaduto.
– Eu? Suicidar? Quem disse isso?
– Meu filho me disse que você… _ começou o pai de Hugo.
Eduardo o interrompeu:
– Não tem perigo nenhum. Estou acostumado a saltar do último trampolim, lá na piscina.
– E posso saber que proveito você tira, arriscando assim a vida?
– Posso saber que proveito vocês tiram, não arriscando a sua?”

Trecho do romance O Encontro Marcado, de Fernando Sabino 

quinta-feira, 31 de março de 2011

Recato

Cartum de Luis Fernando Verissimo
(clique na imagem para ampliá-la)

quarta-feira, 30 de março de 2011

Não vê que ainda posso ser promissor?

“Este ano eu vou virar
Um pop star
Três banheiros
E muita sala de estar
Este ano eu vou achar
O meu lugar
Barba e cabelo
E um aparelho de jantar
Cinquenta anos já se passaram
Pra eu pescar
Ao sucessão dos meus fracassos
Quero brindar”

Trecho de Sucessão de Fracassos, música de Carlos Careqa

quarta-feira, 30 de março de 2011

Na falta de um poema, aceita uma aliteração?

“Vivo em ti minha tímida ternura.”

Trecho do romance O Encontro Marcado, de Fernando Sabino

quarta-feira, 30 de março de 2011

A mulher do astronauta

“Ele nunca está feliz, sabe? Primeiro, me dizia que precisava de espaço. Mal conseguiu e já reclama que precisa de ar.”

A partir de um quadrinho de Adão Iturrusgarai

terça-feira, 29 de março de 2011

Quando a dor não ousa dizer o próprio nome

“Num carro, a caminho do Alto da Boa Vista, sigo com alguns jovens _alguns extremamente jovens_ que se embriagam e rompem ampolas de Kelene, em cujo rótulo leio anestesiante. Sim, é fértil em recursos essa mocidade, mas do que precisamente procura ela se anestesiar? Nenhum deles sofre de algum mal profundo _e no entanto, esse mal pior de não sofrer de mal nenhum…”

Trecho do Diário Completo, de Lúcio Cardoso

terça-feira, 29 de março de 2011

A rebimboca da parafuseta mia?

Quadrinho de Laerte
(clique na imagem para ampliá-la)

terça-feira, 29 de março de 2011

Qual o melhor epitáfio para…

…um espírita?
“Volto já.”
…um arqueólogo?
“Enfim, fóssil.”
…um delegado?
“Está olhando o quê? Circulando, circulando….”
…um funcionário público?
“É no túmulo ao lado”.
…um pessimista?
“Aposto que faz o maior frio no inferno.”
…um advogado?
“Vou recorrer!”

Dica de Barbara Heckler

segunda-feira, 28 de março de 2011

E você ainda pergunta por que tenho um coração de pedra?

“O amor seria fogo ou ar
em movimento, chama ao vento;
e no entanto é tão duro amar
este amor que o seu elemento
deve ser terra: diamante,
já que dura e fura e tortura
e fica tanto mais brilhante
quanto mais se atrita, e fulgura,
ao que parece, para sempre:
e às vezes volta a ser carvão
a rutilar incandescente
onde é mais funda a escuridão;
e volta indecente esplendor
e loucura e tesão e dor.”

Diamante, poema de Antonio Cicero
Ouça o poeta recitá-lo no blog
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