– Não acredito que você seja a Morte.
– Por que não? Estava esperando quem? Rock Hudson?
– Não, não é isso.
– Desculpe se o desapontei.
– Não se desculpe! Sabe, é que sempre achei que você fosse mais alta, sei lá…
– Tenho 1m60. Está bom para o meu peso.
– Você se parece um pouco comigo…
– E com quem queria que eu parecesse? Afinal, sou a sua Morte!
– Me dê mais algum prazo! Talvez mais um dia!
– Não dá pé.
– Só mais um dia! 24 horas!
– Para que mais um dia? O rádio disse que vai chover amanhã.
Trecho de A Morte Bate à Porta, peça em um ato de Woody Allen
“De você sei quase nada
pra onde vai ou por que veio.
Nem mesmo sei
qual é a parte da tua estrada
no meu caminho.
Será um atalho
ou um desvio?
Um rio raso?
Um passo em falso?
Ou um prato fundo
pra toda fome
que há no mundo?”
Trecho da canção Quase Nada, de Zeca Baleiro e Alice Ruiz
Ela foi o blefe que eu paguei pra ver?
A partir da canção Dama, Valete e Rei, de Rutinaldo e Paulo Gracindo
Não me falta casa. Só me falta um lar.
A partir da canção A Casa É Sua, de Arnaldo Antunes e Ortinho
Se me encontrar dormindo, deixe. Se me encontrar morto? Acorde-me.
A partir de um bilhete do jornalista Antônio Maria para um amigo com quem morava
“Então Altamitra tornou a falar e perguntou:
– E o que nos dizes do casamento, mestre?
Em resposta, ele disse:
– Amai-vos um ao outro, mas não façais do amor um grilhão. Que as ondas do mar passeiem entre as praias de vossas almas. Enchei o cálice um do outro, mas não bebei do mesmo cálice. Dai de vosso pão um ao outro, mas não comais do mesmo pedaço. Cantai e dançai juntos, e sede alegres, mas deixai cada um de vós estar sozinho, como as cordas do alaúde que, separadas, vibram em harmonia. Dai vossos corações, mas não os confiai um ao outro, pois somente a providência divina pode contê-los. E permanecei juntos, mas não em demasia: pois os pilares do templo erguem-se separados, e o carvalho e o cipreste não crescem à sombra um do outro.”
Trecho de O Profeta, livro do filósofo libanês Kahlil Gibran
“Tantos que fui
ficaram poucos”
Trecho do poema Dispersona, de Fernando Paixão
“Atira para o mar as tuas coisas
abandona os teus pais
muda de nome
esquece a pátria
parte sem bagagem
fica mudo e ensurdece
abre os teus olhos.
Se o teu amor não vale tudo isso
então fica onde estás
gelado e quieto.
O amor só sabe ir de mãos vazias
e só vale se for
o único projeto.”
Poema Atira para o Mar, de Renata Pallottini
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