“Hoje completa um ano que estou fazendo terapia.
– O que você conta ao doutor?
Que tenho medo panifóbico de ver minha mãe morrer.
– Só isso?
Só. Coisa à toa feito não comer três dias porque vi formiga de asas, isso eu não conto mesmo. Só converso coisa séria.
– E ele?
É muito paciencioso. Diz que meu caso é difícil, mas tem cura com o tempo. Qualquer dia me convida para uma sessão no sítio.
– Você topa?
Tou pensando. Vai que aparece lá uma formiga de asas e apronta aquele escândalo. Me diz com que cara eu volto no consultório do homem.
– Mas ele tá lá pra isso.
Isso o quê? Tchauzinho, Catarina.
– Tchau.”