Arquivo de dezembro de 2012

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Vaquinha para comprar uma galinha-morta

“Não vou escrever aqui sobre o desapego que nossos governos têm por tudo que é público e valioso às nossas cidades. Não vou tentar imaginar o dia em que passaremos pelo Ibirapuera para ver mais um shopping, ou mensurar a falta que fará o Conjunto na vida de tanta gente. Também não vou ficar repetindo a ladainha de que ‘é mais fácil se desfazer de algo do que tomar conta dele’. Isso todo mundo sabe. Em vez de choro, proponho ação: que tal fazer um crowdfunding para comprar o Ibirapuera? O preço pedido pelo governador é uma pechincha: R$ 168 milhões por um terreno de 100 mil metros quadrados e quase 90 mil metros quadrados de área construída. Menos de dez vezes o valor de imóveis na região. Com um milhão de pessoas dando R$ 168, seríamos donos de um complexo desportivo que os próprios vendedores descrevem como ‘um dos maiores e mais equipados da América Latina’ e que ‘muito orgulha o governo do Estado de São Paulo’. Orgulha tanto que o estão pondo à venda, certo? Voltando aos negócios: além de manter o complexo esportivo, poderíamos promover shows no Ginásio do Ibirapuera e, assim, fugir dos ingressos proibitivos cobrados por festivais. Vamos lá, baluartes do crowdfunding, quero ver se vocês são bons mesmo…”

Proposta do jornalista André Barcinski no blog Uma Confraria de Tolos

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Quem se diz nóis não merece ser um de nós?

“Muitos continuam enxergando os rappers de um jeito esquisito. Ainda tem gente que nos vê e pensa: ‘Eles podiam estar matando, eles podiam estar roubando, mas estão fazendo música’.”

De Emicida, ontem à noite, durante um seminário no Itaú Cultural, em São Paulo 

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

O maior dos calculistas?

Tirinha de Adão Iturrusgarai
(clique na imagem se quiser ampliá-la)

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Plágio?

Quadrinho de Carlos Ruas

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

A frase ideal para o meu epitáfio?

“Não está mais aqui quem falhou.”

Verso de Não É por Aí, canção de Itamar Assumpção e Alice Ruiz

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

O que um elefante precisa fazer para descer de uma árvore?

Sentar-se numa folha e esperar que o outono chegue.

A partir de uma declaração do filósofo Paulo Ghiraldelli Jr.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Mesmo no desencontro, pode germinar um encontro?

“Aquelas meias haviam sido compradas na primeira viagem que fiz com a minha mulher, poucos meses depois de começarmos a namorar. Uma viagem em que cruzamos os Estados Unidos de carro, sem rumo, parando de cidade em cidade, dormindo em motéis de beira de estrada e nos descobrindo _ descobrindo, por exemplo, que eu não era o tipo de cara que gosta de cruzar um país de carro, sem rumo, parando de cidade em cidade, dormindo em motéis de beira de estrada. Meu apego por road movies, me dei conta, enquanto discutia com a voz do GPS numa highway de oito pistas em algum lugar do Arizona, tinha mais a ver com movies do que com road. (Há uma diferença nada sutil entre assistir a Paris, Texas e estar em Paris, Texas _a diferença, digamos, entre um deserto e uma poltrona.)
Foi lá pelo meio da viagem, quando eu estava aflito, espremido entre caminhões mastodônticos e o possível fim do namoro _ela sempre querendo ver o que havia do lado de lá da montanha, eu sugerindo tomar uma cerveja na próxima esquina_ que comprei as tais meias, numa cidadezinha em Nevada. Eram grossas, confortáveis, meias de domingo, daquele velho domingo que ‘pede cachimbo’ na canção infantil. Apesar de estrangeiras, emanava delas o inconfundível aroma do lar. Algo sutil, claro: mas não é nas sutilezas que Deus e o Diabo se escondem? Pois as meias verdes amaciaram um pouco aqueles dias atribulados. 
Teve uma tarde, já no fim da viagem, em que subimos um platô em Monument Valley, no Arizona. Um cenário de faroeste, digno de John Wayne ou Papa-Léguas, e, embora _ou talvez exatamente porque_ escalar um platô no meio do deserto fosse a caricatura do que me desagradava no pacote aventura, a epítome do desconforto, consegui relaxar e aproveitar. Ao chegar lá no alto, suados, tiramos os sapatos, ficamos em silêncio, um encostado no outro, admirando a paisagem marciana. Anos depois, mesmo tendo lavado dezenas de vezes as meias verdes, uma manchinha da terra vermelha de Monument Valley resistia, impregnada às suas fibras. Sempre que abria a gaveta e as via, me voltava à memória aquele momento da viagem, o momento em que entendi que o namoro, apesar de nossas diferenças _eu, poltrona; ela, platôs_ iria dar certo. E deu.”

Trecho de Ficando para Trás, crônica de Antonio Prata

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

O mais fantasmagórico dos fantasmas

“- O que te provoca medo?
– O medo.”

Do poeta Lêdo Ivo, numa entrevista para o jornal Rascunho

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Ana, a socialista

– Patrão, fiz uma asneira.
– Prefiro que nem me conte…
– Briguei com minha filha ontem à noite e disse: “Me esnobe, viu? Me esnobe que você vai se arrepender. Meu patrão comprou um apartamento menorzinho, uma casa extra, e vai me dar. Quando você menos esperar, largo tudo e me mando para lá. Vou bancar a madame, está ouvindo? Ninguém vai acreditar que te conheço”.
–  Que história é essa, Ana? Você sabe que não comprei apartamento extra nenhum.
– Pois então compre! Dinheiro no banco não presta, não. Compre logo a morada extra e me deixe viver nela. Não posso agora desdizer o que disse para minha filha.
– Ficou louca? De onde você tirou que vou te presentear com um apartamento?
– Ué, o patrão não vota no Lula?

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Por que o mundo quase deu certo?

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