Arquivo de outubro de 2012

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

A vida não é filme

“A Brigitte Bardot está ficando velha,
envelheceu antes dos nossos sonhos.
Coitada da Brigitte Bardot,
que era uma moça bonita,
mas ela mesma não podia ser um sonho
para nunca envelhecer.
A Brigitte Bardot está se desmanchando
e os nossos sonhos querem pedir divórcio.
Pelo mundo inteiro
tem milhões e milhões de sonhos
que querem também pedir divórcio
e a Brigitte Bardot agora
está ficando triste e sozinha.
Será que algum rapaz de 20 anos
vai telefonar
na hora exata em que ela estiver
com vontade de se suicidar?”

Trecho da canção Brigitte Bardot, de Tom Zé
Interpretada pelo próprio Tom Zé

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Cordeiro em pele de lobo

“Baudelaire escreveu certa vez que todo gênio resulta da fusão entre a inocência infantil e a vontade racional do adulto. Nesse sentido, o jornalista é um dos poucos exemplos, o único talvez, de gênio não artístico. Ele trata a vida não exatamente como uma página em branco, mas como uma página cinzenta – sua inocência consiste no fato de que se tornou desiludido demais para se decepcionar. Por isso, como criança, aceita a realidade tal como ela é. Assim como uma pessoa, à medida que envelhece, anseia pelo paraíso da infância, o jornalista deseja encontrar um equilíbrio moral em cada situação. Ele tem uma desconfiança instintiva de pessoas com demasiada influência, de organizações que se tornaram demasiado grandes, de situações que parecem demasiado certinhas e harmoniosas. Em um dos grandes filmes mexicanos de Luis Buñuel, El, ele nos mostra a casa perfeitamente mobiliada de um arquiteto, para depois descobrirmos, quando uma criada vai à procura de alguma coisa, um completo caos dentro de um armário. O arquiteto se revela um monstro ciumento que quase mata a própria mulher. O jornalista sai atrás do armário caótico na casa perfeita, na esperança de expor um desequilíbrio patológico de poder antes de ele se tornar criminoso.”

Trecho do artigo A curiosidade matinal que nos acorda, de Lee Siegel

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Preferível ser essa metamorfose ambulante?

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Alguém tem um Engov?

“Da conversa no almoço
Na quarta-feira passada
Saí 20 quilos mais pesada
Cinco quilos de lembrança
Cinco de pendências
Cinco quilos de amor
Cinco de rancor
E ainda tem um quilo do PF
De bisteca, arroz e feijão
Que comi na ocasião
Ai, ai, ai
Que difícil digestão”

Letra de Mistura, canção de Mariana Zanetti
Interpretada por Juliana Amaral

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Só o desapego é necessário?

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Até que a separação nos una

– Vamos nos casar, pedir o divórcio e, depois, ficar bem amigos?

A partir de um cartum de Luis Fernando Verissimo

terça-feira, 2 de outubro de 2012

O que o Niemeyer disse quando soube que a Hebe morreu?

“Mas tão jovem?”

Do humorista José Simão

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Ninguém escreve bons romances se não acender uma vela para Deus e outra para o diabo?

“A literatura é uma viagem contínua entre a escrita diurna, em que o autor se bate pelos próprios valores, e a noturna, em que um escritor escuta e repete o que falam os seus demônios, os duplos que habitam no fundo de seu coração, mesmo quando eles dizem coisas que desmentem os seus valores. A literatura é, também, uma descida aos Infernos.”

Do ensaísta italiano Claudio Magris

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Quem casa sem casa num instantinho descasa?

“Devagar com esse andor, Leonor
Casamento é muito caro
Sou compositor, cantor, também sou autor
Falo mais de flor que dor, Leonor
Mas não sou Roberto Carlos
Não tenho carro de boi, Leonor
Nem outro tipo de carro
Meu cachê é um horror, Leonor
Não sobra nem pro cigarro”

Trecho de Leonor, canção de Itamar Assumpção
Interpretada por Itamar e Naná Vasconcelos

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Nascer? Já não basta. Tem de estrear

“Um bebê é exibido diante da câmera segundos depois do nascimento. Em uma sala no mesmo andar, familiares se emocionam em frente à tela de 52 polegadas e, para comemorar, abrem uma garrafa de espumante. Cenas como essas se repetem diariamente numa maternidade em Niterói, na região metropolitana do Rio, que abriu o ‘cine parto’ há cerca de um ano. Lá, parentes e amigos das gestantes assistem ao vivo à chegada da criança num auditório com capacidade para 20 pessoas sentadas. Por R$ 200, eles alugam o espaço e acompanham pela televisão o trabalho da equipe médica na sala de parto da maternidade São Francisco, localizada em uma área nobre do município. As imagens são captadas por uma câmera instalada no alto do centro cirúrgico. A gestante pode ver a festa da família por uma outra televisão colocada próxima aos médicos.”

Trecho da reportagem ‘Cine parto’ vira festa de família com espumante, de Sérgio Rangel 
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