Arquivo de junho de 2011

terça-feira, 21 de junho de 2011

Poeira tem coração?

“Somos um nada que ama.”

Do filósofo Luiz Felipe Pondé

terça-feira, 21 de junho de 2011

Faz ideia de quanto uma mulher dessas gasta com meia arrastão?

Quadrinho de Fernando Gonsales

terça-feira, 21 de junho de 2011

Sorria, você está sendo rastreado

“Há cerca de 500 empresas capazes de monitorar cada movimento seu na internet, extraindo a matéria-prima da rede e vendendo-a aos marqueteiros. (…) Saber que você sofre de sobrepeso, deixou de pagar uma prestação do carro, lê romances históricos e passa muito tempo a bordo de aviões é um conhecimento que não apenas chega a outras pessoas, como também é de grande valor monetário para elas.  O mesmo pode ser dito a respeito de dados de localização como onde você está e onde esteve, como descobrimos com a revelação de que tanto Apple quanto Google estavam rastreando usuários de tablets e smartphones e armazenando esses dados. Até dispositivos de leitura como o Kindle, da Amazon, prestam atenção àquilo que o usuário está fazendo: sublinhe um trecho num livro do Kindle, e este trecho é enviado de volta à Amazon. O potencial para abusos das liberdades civis é vasto neste ponto. Enquanto o FBI, por exemplo, precisa de um mandato para vasculhar seu computador, o estudioso Eli Pariser alerta que ‘se usa o Yahoo, o Gmail ou o Hotmail, você perde imediatamente suas proteções constitucionais’. Na esfera comercial, os marqueteiros estão indo além dos fatos na tentativa de determinar não apenas aquilo que você comprou, mas por que você realizou aquela compra. Depois que tiverem elaborado seu ‘perfil de persuasão’, estes anúncios serão refinados ainda mais. E, se as empresas de marketing são capazes de fazer isto, por que não políticos, governo e empresas que desejam influenciar a opinião pública?”

Trecho do artigo Cérebro: no controle ou controlado?, de Sue Halpern

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Marcha da Maconha

Eu fui?

A partir de uma piada do humorista José Simão

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Por que deixar para amanhã?

“Só quero te conhecer nesta encarnação
antes que minha alma improvável
se arremesse na província do nada,
a morada dos seres sem amor”

Trecho do poema À Flor da Fala, de Geraldo Carneiro

sexta-feira, 17 de junho de 2011

A internet nos transformou em atores de um papel só?

Dica de Ricardo Lombardi
(clique na imagem para ampliá-la)

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Que mal há em alimentar certas ilusões?

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Luís de Camões que nos desculpe, mas Manuel Bandeira é fundamental?

“Gosto de ouvir o português do Brasil
Onde as palavras recuperam sua substância total
Concretas como frutos nítidas como pássaros
Gosto de ouvir a palavra com as suas sílabas todas
Sem perder sequer um quinto de vogal
Quando Helena Lanari dizia o ‘coqueiro’
O coqueiro ficava muito mais vegetal”

Poema de Helena Lanari, escrito pela portuguesa Sophia de Mello Breyner Andresen 

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Existe sábio maior do que um sábio minimalista?

“Enquanto é bom, é bom. Depois, fica ruim.”

Epígrafe de Os Ensinamentos do Grande Sábio, conto de Rafael Sperling

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Quem só deseja curtir nunca amará?

“A tecnologia (…) busca substituir um mundo natural indiferente a nossos desejos – um mundo de furacões e dificuldades e corações partíveis, um mundo de resistência – por outro mundo que responda tão bem a nossos desejos a ponto de ser, com efeito, uma mera extensão de nós. O mundo do tecnoconsumismo é, portanto, incomodado pelo amor verdadeiro, restando-lhe como única escolha responder perturbando o amor.  Sua primeira linha de defesa é transformar seu inimigo em commodity. Todos saberão citar seu favorito entre os nauseabundos exemplos da mercantilização do amor. Eu mencionaria a indústria do casamento, os comerciais de TV que mostram lindas criancinhas e também a prática de oferecer automóveis como presente de Natal, e a particularmente grotesca equação que compara as joias com diamantes à devoção eterna. A mensagem, em cada um dos casos, é bastante clara: se você ama alguém, compre alguma coisa.  Um fenômeno relacionado a esse é a transformação do verbo ‘curtir’ (‘like’, em inglês) que, graças ao Facebook, deixa de ser um estado de espírito e passa a ser um ato que desempenhamos com o mouse – deixa de ser um sentimento para virar uma opção de consumo. E curtir é, no geral, o substituto que a cultura comercial oferece para o ato de amar. (…)
Ocorre que a tentativa de ser perfeitamente curtível é incompatível com os relacionamentos amorosos. Mais cedo ou mais tarde, por exemplo, você se verá numa briga horrível, aos berros, e ouvirá saindo de sua boca palavras que você mesmo não curte nem um pouco, coisas que estilhaçam sua autoimagem de pessoa justa, gentil, bacana, atraente, controlada, divertida e curtível. Alguma coisa mais real do que a curtibilidade surgiu de você e de repente você se vê levando uma vida real.  Subitamente existe uma escolha de verdade a ser feita – não uma falsa escolha de consumidor entre BlackBerry e iPhone, e sim uma pergunta: será que eu amo esta pessoa? E, para o outro, será que esta pessoa me ama? Não existe a possibilidade de curtir cada partícula da personalidade de uma pessoa real. É por isso que um mundo de curtição acaba se revelando uma mentira. Mas é possível pensar na ideia de amar cada partícula de uma determinada pessoa. E é por isso que o amor representa tamanha ameaça existencial à ordem tecnoconsumista: ele denuncia a mentira.”

Trecho do artigo Curtir é covardia, de Jonathan Franzen
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