Se amo viver, por que também desejo morrer?

“Noite passada me veio à cabeça, e sempre vem, que a vida é tão curta quanto o tanto que de longa ela poderia ter. Pensei na minha tataravó Wadia, que aos 98 teve câncer de pele, curou, aos 105 reclamou que tinha acordado meio indisposta mas levantou correndo pra ver se não tinha queimado o quibe com snoobar que ela preparava para a neta, a minha avó! (e depois ouvir sua vó chamando alguém de vovó é bem esquisito), e aos 108 morreu dormindo, em cena rara com os cabelos soltos até a cintura e a pele besuntada com azeite (segredo de hidratação e beleza de quem nasceu em Beirute no século 19). Pensar nessa lonjura toda que a vida pode ter me deu um pouco de vontade de não passar dos 50. Pensar que posso capotar o carro na estrada qualquer hora dessas me fez querer chegar aos 108. E pensar que tô escrevendo isto aqui tá me dando vontade de ir comprar uma sapatilha nova, porque as minhas tão todas furadas. Vou lá.”

Do Facebook de Nina Wop

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