Palavras o vento leva

“O romance não traz mais a imortalidade, entre outras razões porque a imortalidade já nem existe. Por não existir, nem sequer parece existir a posteridade, entendendo por tal a de cada indivíduo: todo mundo é esquecido dois meses após sua morte. O romancista que acredite no contrário é antiquadamente tolo ou antiquadamente ingênuo. Se os livros duram se tanto uma temporada, não só porque os leitores e os críticos os esqueçam, mas também porque nem sequer serão encontráveis nas livrarias poucos meses depois que tenham vindo à luz (talvez nem sequer existam mais livrarias), é uma ilusão pensar que uma de nossas obras será perene. Como podem ser imperecíveis se a maioria delas já nasce perecida ou com a expectativa de vida de um inseto?”

Trecho de Sete razões para não escrever romances e uma para escrevê-los, artigo do espanhol Javier Marías

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