Batuque na cozinha, sinhá não quer?

“Conheci o Milton Nascimento na casa dele, apresentado pelo Geraldo Azevedo. Isso faz muito tempo. Lembro que cheguei lá, olhei pra cara dele e disse: ‘Eu vim aqui tocar com você’. Ele, com aquele jeitão de mineiro, desconfiado, de poucas palavras, olhou torto pra mim. A noite foi passando, já tinha pouca gente na casa, e alguém pediu pro Milton cantar algo. Ele começou a cantar, eu pedi licença, fui até a cozinha e voltei com as caçarolas. E o Milton só olhando, com aquele jeitão dele. Ele cantou, eu o acompanhei e no fim ele olhou pra mim e perguntou: ‘O que você vai fazer na segunda-feira?’ Entramos em estúdio e, desde então, já fizemos muita coisa juntos. Quem sofreu foi a mãe do Lô Borges, a Dona Maricota. Os encontros musicais eram na casa do Lô e, toda vez que eu ia lá, ela se queixava: ‘Naná, deixa pelo menos uma caçarola pra eu cozinhar!'”

Do percussionista Naná Vasconcelos
O título do post remete à canção Batuque na Cozinha, de Martinho da Vila e João da Bahiana. No vídeo, Ney Matogrosso interpreta o samba

Nenhum Comentário para “Batuque na cozinha, sinhá não quer?”

  1. Cris Brito disse:

    Adorei!!
    [WORDPRESS HASHCASH] The poster sent us ‘0 which is not a hashcash value.

Deixe um comentário

Contato | Bio | Blog | Reportagens | Entrevistas | Perfis | Artigos | Minha Primeira Vez | Confessionário | Máscara | Livros

Webmaster: Igor Queiroz