“Minha pequena filha!
Moro ainda contigo.
Só que a casa ficou maior,
meu quarto é mais longe.
Repara só!
As ruas não passam de corredores compridos,
cheios de quartos dando pra eles.
As praças são salas.
Os restaurantes, copas
e a família ficou grande,
muito grande.
Se eu me mudar de cidade?
A casa cresce mais ainda. Os corredores, agora, são as estradas.
As cidades, os quartos.
200, 500 quilômetros,
mesmo assim, tão próximos…
Não tenhas medo nunca. Ainda estamos juntos.
Se eu me mudar de país? Agora a casa é imensa.
O mar, uma grande sala acarpetada de azul.
Eu vou estar bem pertinho, ali,
do outro lado, olhando na tua direção,
de uma janela qualquer.
Se eu morrer?
Então a casa volta a ser pequena.
As paredes de todos os quartos
se dissolvem,
os corredores desaparecem,
eu torno a segurar tua mão,
a te sentar no colo,
a te vigiar dormindo.”
“Purquá mecê foi comê o passarinho?
Eu quis voá, já voei, agora vô
Coma também um pequeno passarinho
Come que vai voá”
“Marconi Perillo nega conhecer Cachoeira, Pelé, os Beatles e Jesus Cristo.”
“Evito dar conselhos. Eu só desaconselho.”
“Contam que, proibido de beber uísque pelo seu médico, o cronista Rubem Braga enchia com gelo um copo que ficava sacudindo perto da orelha. Assim não tinha o uísque mas tinha a sua trilha sonora, como consolo. O uísque foi a bebida de uma época e o tilintar das pedras de gelo no copo o seu som característico. O Brasil deve muito da sua música e da sua literatura, do fim dos anos 40 até mais ou menos o começo dos 80, ao Johnny Walker e seus comparsas.”
“Se me pergunta alguém por que assim ando
Respondo que não sei; porém suspeito
Que só porque vos vi, minha senhora.”
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Qual será minha última palavra e como reconhecê-la?
“Escuta o mato crescendo em paz
Escuta o mato crescendo
Escuta o mato
Escuta”
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