“Ê, onça pintada
Quem foi que te pintou?
Quem te pôs o preto?
Quem te pôs o preto?
Quem te amarelou?
Por que tu não é vermelha, onça?
Nem é rosa-choque a tua fuça?
O teu olho parece de louça
Quem achou de te pintar?
Tanta pinta preta, poxa, onça
Mas um dia nem que a vaca tussa
Eu te pinto de azul da prússia
Que bonito vai ficar!”
“Minha carta de amor soa mais como um bilhete. Um bilhete que escrevo rapidinho entre um compromisso e outro (depois do amor, arranjei tempo pra muita coisa), entre um papo e outro com amigos queridos (depois do amor, descobri que tem uma porção de gente legal no mundo), entre uma corrida no parque e o pão caseiro que aprendi a fazer (ah, como me divirto depois do amor). Oh, anjos que cuidam dos corações apaixonados, livrai-nos dos amores que nos fazem acreditar que a vida é um temporal. Tem sol lá fora!”
Se eleito, Aécio vai implantar o Pousa Família?
“Numa relação conjugal, é possível desejar menos o outro sem querer separar-se dele, porque a ternura pode levar a melhor sobre a exigência passional. O problema é que, hoje em dia, a sexualidade virou uma espécie de medida da intensidade da união. As pessoas se forçam a fazer amor, buscam todas as combinações possíveis para despertar o desejo. O terror é o da extinção das paixões, da frigidez, de não alcançar a ereção. As revistas femininas a cada semana trazem novas receitas para reacender a libido. O sucesso do estúpido Cinquenta Tons de Cinza é um sintoma disso. Liberamos Eros, mas agora nos damos conta com horror de que, ao extinguir os interditos, talvez tenhamos liquidado também o prazer. Sem tabus, não há mais perigo. Passamos do medo das paixões ao temor de vê-las morrer.”
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