“Coitado do mar… Trabalhando até essa hora…”
De uma menina que passava à noite pela orla carioca
A partir do livro Criança Diz Cada Uma!, de Pedro Bloch
“Coitado do mar… Trabalhando até essa hora…”
De uma menina que passava à noite pela orla carioca
A partir do livro Criança Diz Cada Uma!, de Pedro Bloch
Em frente a meia dúzia de cadeiras pálidas, um letreiro diz: Sala de Espera da Emergência. Mas emergências esperam?
“Cinco de junho. Acordei, li os e-mails, tracei algumas linhas e uma maçã. À uma da tarde desci para a recepção do hotel, ansiosa, para o passeio em alto-mar, sonhando em ver pelo menos uma ponta de rabo de cachalote. (…)
No cais, embarcando com meus meninos no bote, as pessoas da produção local conversam, determinando o futuro do passeio.
– Temos a passagem de som no teatro antes do concerto. Então estarão de volta às três horas da tarde, ok?
E outra pessoa da produção diz:
– Sim, sim, com certeza, estarão de volta às três.
Que é quando o capitão situa:
– Não, não temos certeza se estaremos de volta às três, nem se haverá baleias e nem mesmo se voltaremos, se é que algum viajante retorna. Isto aqui é o mar, o pá, não temos certeza de nada.”
Trecho de Saga Lusa, de Adriana Calcanhotto. No livro, a cantora narra o surto de pânico e alucinações que sofreu há quase dois anos durante uma turnê em Portugal
Vídeo da artista japonesa Nagi Noda
“Deixa de ser tonto
se o galã vence por nocaute
o feio ganha por pontos”
Haicai de Xico Sá
“Esperem, não devo escrever tudo o que me vem à cabeça. Às vezes, representamos como atores, perante nós próprios, e até aquilo que brota espontaneamente do coração costuma não ser sincero. Os sentimentos usam máscaras até em sua câmara mais íntima.”
Trecho do romance Abdias, de Cyro dos Anjos
Irritado com as mazelas locais, um motorista de Lisboa vira-se para o estrangeiro que o acompanha no carro e comenta: “Pois o senhor não sabe que Portugal é o país mais desenvolvido do norte da África?”.
“Os homens não amam aquilo que cuidam que amam. Por quê? Ou porque o que amam não é o que cuidam; ou porque amam o que verdadeiramente não há. Quem estima vidros, cuidando que são diamantes, diamantes estima e não vidros; quem ama defeitos, cuidando que são perfeições, perfeições ama e não defeitos. Cuidais que amais diamantes de firmeza, e amais vidros de fragilidade; cuidais que amais perfeições angélicas, e amais imperfeições humanas. Logo, os homens não amam o que cuidam que amam. Donde também se segue que amam o que verdadeiramente não há; porque amam as coisas, não como são, senão como as imaginam; e o que se imagina, e não é, não o há no mundo.”
Trecho do Sermão do Mandato, de Padre Antônio Vieira
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