terça-feira, 5 de outubro de 2010

Hay que endurecer, pero sin perder el espectáculo de delfines jamás

“No final da manhã, (…) nos encontramos com Fidel na entrada do aquário de Havana. (…) Entramos juntos numa sala grande, de luz azulada, cuja parede dos fundos era formada por um tanque envidraçado para os golfinhos. Fidel explicou longamente que o show dos golfinhos daquele aquário era o melhor do mundo, ‘completamente único’, na verdade, porque acontece debaixo d’água. Três mergulhadores entram, sem tubos de oxigênio, e realizam complicadas acrobacias com os golfinhos.
‘Você gosta de golfinhos?’, perguntou Fidel.
‘Adoro golfinhos’, disse eu.
Fidel chamou Guillermo García, o diretor do aquário, e o convidou a se sentar.
‘Goldberg’, me disse Fidel, ‘faça perguntas sobre os golfinhos.’
‘Que tipo de pergunta?’, indaguei.
‘Você é jornalista, faça boas perguntas’, ele disse, e depois se deteve. ‘Pois é, ele não sabe muita coisa sobre golfinhos’, acrescentou, apontando para García. ‘Na verdade, é físico nuclear.’
‘É mesmo?’, perguntei.
‘Sou’, respondeu García, em tom um tanto defensivo.
‘Por que você dirige o aquário?’, perguntei.
‘Nós o pusemos aqui para impedi-lo de construir bombas atômicas!’, disse Fidel, e caiu na risada.
‘Em Cuba, só usaríamos a energia nuclear para fins pacíficos’, disse García, sério.
‘Não achei que estivesse no Irã’, comentei.
Fidel apontou o tapetinho sob a cadeira especial que seus guarda-costas carregam para acomodá-lo. ‘É persa!’, disse, rindo de novo. Depois repetiu: ‘Goldberg, faça suas perguntas sobre golfinhos’.
Era a minha vez de estar na berlinda. Voltei-me para García e perguntei: ‘Quanto pesa um golfinho?’.
Ele respondeu que entre 100 e 150 quilos.
‘Como vocês treinam os golfinhos para fazer o que fazem?’, perguntei.
‘Boa pergunta’, comentou Fidel.
García convocou uma das veterinárias do aquário para ajudar a responder. O nome dela era Celia. Minutos mais tarde, Antonio Castro, filho de Fidel, me revelou o sobrenome dela: Guevara.
‘Você é filha do Che?’, eu perguntei.
‘Sou.’
‘E trabalha como veterinária de golfinhos?’
‘Cuido de todos os habitantes do aquário.’
‘O Che gostava muito de animais’, comentou Antonio Castro.
O show estava para começar. As luzes foram diminuídas e os mergulhadores entraram na água. Sem me esforçar demais para descrever, vou me limitar a dizer que, mais uma vez, e para minha surpresa, concordei com Fidel: o aquário de Havana oferece um show de golfinhos fantástico, o melhor que já vi – e, pai de três filhos que sou, já assisti a vários shows de golfinhos. Tenho o seguinte a acrescentar: nunca vi alguém se divertir tanto num show de golfinhos quanto Fidel Castro.”

 Trecho de Fidel Não É Carta Fora do Baralho, reportagem do norte-americano Jeffrey Goldberg, que esteve em Cuba recentemente a convite do próprio Fidel. Durante a visita, ouviu de El Comandante a inusitada declaração de que “o modelo cubano não funciona mais”

terça-feira, 5 de outubro de 2010

O dia em que Rambo acordou esquisito

“Duzentas flexões? Não. Hoje só quero fazer uma reflexão.”

terça-feira, 5 de outubro de 2010

O mundo está se transformando numa casa tão insensata quanto a dos irmãos Collyer?

“Nos anos 1940, os irmãos Langley e Homer Collyer acumularam 180 toneladas de lixo (ou 163 toneladas cúbicas) no sobrado onde moravam, no Harlem. Entre os objetos guardados ‘por precaução’ estavam candelabros, carrinhos de bebê enferrujados, máquinas de raios X, pianos de cauda, automóveis, mofo e três décadas de todos os jornais de Nova York. Homer era cego, mas Langley estocava os periódicos na esperança de que um dia pudesse lê-los. Além disso, Homer era paralítico e dependia do irmão para alimentá-lo. O fim dos Collyer condiz com a sina de [muitos] entulhadores [do gênero], embora em nível extremo: impossibilitados de andar pela casa, passaram a cavar túneis por entre o lixo e fazer andaimes sobre as pilhas. Um dia, Langley tropeçou e foi soterrado. Seu corpo foi encontrado a três metros do irmão, que morreu de fome, mas foram necessários 19 dias de trabalho para chegar até ele, retirando as cem toneladas de lixo que os separavam.”

Trecho do artigo Colecionadores de entulho, de Vanessa Barbara

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Percebe, vovô, que sua vida não valeu nada?

Cartum de André Dahmer
(clique na imagem para ampliá-la)

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Neoclássico

Se você não se veste assim,

por que moraria num prédio assim?

A partir de uma conversa com Georgia Barcellos

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O paradoxo de que ninguém escapa

“O grande mago começou por propor esta pergunta: ‘Qual é de todas as coisas do mundo a mais longa e a mais curta, a mais rápida e a mais lenta, a mais divisível e extensa, a mais desdenhada e lamentada, sem a qual nada se pode fazer, que devora tudo o que é pequeno e vivifica tudo o que é grande?’ (…)
Uns disseram que a chave do enigma era a fortuna, outros a terra e outros a luz. Zadig respondeu que era o tempo.
– Não há nada mais longo _ acrescentou _, pois ele é a medida da eternidade; nada é mais curto, pois ele falta a todos os nossos projetos; nada é mais lento para quem espera, nem mais rápido para quem goza; estende-se até o infinito em grandeza, divide-se até o infinito em pequenez; todos os homens o desdenham e todos lamentam a sua perda; nada se realiza sem ele; faz esquecer tudo o que é indigno de posteridade e imortaliza os grandes feitos.
A assistência admitiu que Zadig tinha razão.”

Trecho de Zadig ou o Destino, conto de Voltaire 

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O serial killer que gostava de lógica

– Por que você matou aquelas pessoas?
– Porque estavam vivas, senhor.

A partir de um quadrinho de André Dahmer

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Urubu na firma: devo me preocupar?


O bicho apareceu ontem numa janela  do prédio onde trabalho,
em plena Marginal do rio Pinheiros.

A foto é de Georgia Barcellos

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Cabeça oca

Usar secador nos cabelos faz os pensamentos voarem?

A partir de uma ilustração de Luiza Pannunzio

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Amo muito tudo isso?


A fotógrafa Sally Davies, de Nova York, promoveu recentemente um experimento artístico
tão inusitado quanto assustador. Ela comprou um lanche do McDonald’s e o deixou
numa prateleira por 137 dias. A cada três dias, tirava uma foto da refeição _que quase
não mudou de aparência durante o período. Ou seja: o BicMac e similares não apodrecem!
Por quê? Uma porção de Chicken McNuggets para quem souber a resposta.

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