“O fim do amor devia ser um evento.
Devia envolver salão, cerimonial.
Por que diabos não? É tão normal.
Por que passar sem reconhecimento,
Convites, ternos limpos? Seja qual
For – desentendimento, quebra-pau –
O fim do amor devia ser um evento.
Devia envolver salão, cerimonial.”
“— Pai, quem fez o calendário? – pergunta o menino, fascinado com a aparente arbitrariedade do sistema de 365 dias divididos em 12 meses (um deles com 28 dias!) cujos nomes parecem senhas de acesso a mundos misteriosos.
Mas o pai responde:
— A gráfica.”
– Uau! Quantos livros você tem! Como faz para organizá-los?
– Deixo tudo nas mãos do Ocaso.
– E para localizá-los?
– Deixo tudo nas mãos da Sorte.
“O que é o bloqueio de um escritor? Não a simples incapacidade de escrever, mas sim de escrever segundo sua verdade mais profunda: conectando sua imaginação com o centro escuro de uma personalidade que exige emergir sob a forma de relato. Libera-me ou te devoro.”
“Viver é ciência.
Morrer é filosofia.
O que sobra é arte.”
Pensou tanto no futuro que não percebeu quando o futuro chegou.
“Mal consegui dormir pensando nisso, e não é ironia. Por que não me tornei um economista neoliberal? Por que não prego aos quatro cantos menos e menos serviços públicos e mais e mais serviços privados? Aí analisei de forma rasa e rápida minha trajetória. Ao longo da minha vida, sempre dependi dos serviços públicos: em saúde, em educação, em transporte etc. E cursei uma boa universidade com bolsa concedida por um programa do governo. Sendo assim, iria trair minha origem se, depois de cursar economia na PUC com bolsa, eu começasse a impor menos Estado na vida de quem não tem $$$. Se eu tivesse nascido em uma família de posses $$$, seria simples me tornar um neoliberal e fácil dizer que o Estado tem de cortar gastos sociais. Então, no máximo, acho que os governos precisam ser mais eficientes e oferecer serviços de qualidade para o cidadão. O fim do Estado e dos gastos sociais, jamais!”
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