Que cor é hoje?

“- Essa palhacinha finge que não sabe das coisas (…), mas acho que sabe mais do que nós dois. Quer ver?
Para Antonieta:
– Em que dia estamos, palhaça?
– Dia 15.
Para Eduardo:
– Você sabia (…)?
– Não…
– Eu não disse? _e de novo para Antonieta:
– Que dia da semana?
– Segunda-feira.
– De que cor?
– Segunda-feira? Acho que cinzenta…
– Isso mesmo! Às vezes é branca. E terça-feira?
– Verde?
– Não! Verde é quinta-feira. Terça-feira é amarela. Quarta-feira é marrom. E sexta-feira é engraçado: muita gente pensa que é alaranjada, e no entanto não é: é cor-de-rosa (…).
– Cor-de-rosa não é domingo, não? _perguntou ela.
– Não; domingo é outra cor, vamos ver se você descobre.
– Vermelho _arriscou Eduardo.
– Cala a boca. Você não sabe nada. Vamos, menina!
– Dourado! _concluiu Antonieta.
– Isso! _e o velho se ergueu, beijou-a na face, contente como um professor:
– E sábado é azul. É o ouro sobre o azul.”

Trecho do romance O Encontro Marcado, de Fernando Sabino

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