Por que o óbvio tantas vezes não é óbvio?

“Um poeta russo do século 19 disse que o tradutor de poesia deve saber realmente bem pelo menos uma língua, de preferência a própria. Jornais e revistas têm um e um único pilar, por menos que os editores, redatores, diretores, anunciantes e mesmo leitores acreditem: o texto, o bom texto, escrito da melhor maneira possível, na melhor versão possível da língua do país (com as variantes pessoais de cada autor). O texto bom não precisa ser curto. O texto bom não precisa seguir as 111 regras básicas das escolas de jornalismo. O texto bom não precisa evitar nem o gerúndio nem a mesóclise. O texto bom pode prescindir do lide. O texto bom pode prescindir do gancho. De foto. De ilustração. O texto bom cria seu leitor. Seus leitores. O jornal. A revista. Sem texto bom, ou seja, sem quem o escreva, tudo isso some num vapt, vupt, como, aliás, já sumiu.”

Do poeta e tradutor Nelson Ascher

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