O mal-estar do civilizador

“Como um profeta, pedir perdão às formigas
que matei
(milhares)
às asas dos besouros
que arranquei, às barbatanas
de tubarão que comi
terei de amar cada mariposa
e mesmo o creme adstringente
culinário que sai de dentro das baratas
espatifadas sob a sola da sandália?
Sim, terá.
E ainda por cima
voltar vestido de duende
uma glande enorme, condão, tocando
o pelo dos bichos
dizendo o nome deles, em sua própria
língua? Elefante, sou eu
dromedário, eis aqui o teu irmão?”

Trecho do poema Terei de Amar Gafanhotos, de Nuno Ramos

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